Goiânia conta, a partir deste sábado (30/7), com a primeira vacina contra a dengue. O produto, chamado Dengvaxia, deve chegar ainda nesta sexta (29) em estabelecimentos de saúde associados à Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (Aheg) e ainda não tem previsão de disponibilização pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A vacina será disponibilizada primeiramente na clínica Climipi, no Setor Marista, ao preço para o consumidor final de R$ 280,00 à vista ou R$ 300,00 a prazo, em até seis parcelas. O valor é mais que o dobro do que o anunciado nesta semana pela Anvisa (no caso de Goiás, R$ 132,76), pois, segundo a assessoria de imprensa da Aheg, inclui os valores cobrados pela distribuidora e a aplicação. Há a possibilidade de descontos para grupos de pessoas.
Os interessados só poderão se imunizar com agendamento prévio. Inicialmente, foram pedidas 1.500 doses da Dengvaxia, mas a unidade informou que poderá fazer novos pedidos de acordo com a demanda.
A vacina é indicada para qualquer pessoa entre 9 e 45 anos de idade, desde que não tenha imunodepressão ou esteja grávida. Como qualquer outra vacina, não é recomendada para pessoas que têm Aids e que estejam com o nível de defesa baixo, pacientes em tratamento com quimioterapia e quem utiliza corticoide em doses altas.
Imunização
A Dengvaxia é produzida pela empresa francesa Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda. e, segundo o médico infectologista Boaventura Braz de Queiroz, representa um avanço tecnológico por garantir a imunização contra os quatro subtipos da dengue em uma mesma vacina. No entanto, assim como qualquer outra substância do tipo, sua eficiência não é 100% garantida.
“A vacina passou por um longo período de testes, em um número significativo de pessoas, que demonstrou sua capacidade imunizadora em 66% dos casos”, explica Queiroz. Além disso, ele relata que as pesquisas apontaram que dentre aqueles que tomaram as doses e contraíram a doença, os casos de internações foram 81% menores em relação a quem não tinha tomado as doses e a mortalidade foi reduzida em 95%.
A Dengvaxia foi validada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de acordo com critérios como comprovação da qualidade, segurança e eficácia do produto, certificação de cumprimento das Boas Práticas de Fabricação e as respectivas autorizações sanitárias para o funcionamento da empresa fabricante. Antes do Brasil, a vacina havia sido aprovada e liberada para uso no México e nas Filipinas.
Para se imunizar, são necessárias ao menos três doses da vacina. “A primeira já imuniza, mas é preciso ter uma segunda e uma terceira, com um intervalo de seis meses entre cada uma, para garantir o efeito a longo prazo”, destaca o Queiroz.
O médico reitera a importância da imunização, especialmente levando-se em conta os números cada vez mais alarmantes de casos de dengue registrados nos últimos anos. “A vacinação é de extrema importância já que a dengue é uma doença que se tornou o maior pesadelo que as metrópoles têm vivido, tendo em vista as inúmeras dificuldades de combate ao mosquito.”