Vacina da covid-19 não oferece risco para gestantes, diz médico
Conclusão é baseada no posicionamento de importantes sociedades médicas voltadas para saúde da mulheres e reprodução assistida
Os imunizantes disponíveis até agora contra a covid-19 apresentam risco zero para mulheres gestantes, tentantes e lactantes. É o que explica o médico obstetra Diego Rezende, com base no posicionamento de importantes sociedades médicas voltadas para saúde da mulheres e reprodução assistida. Segundo Rezende, apesar de não haver consenso sobre a recomendação de grávidas se vacinarem contra o coronavírus, não há, até o momento, nenhuma contraindicação.
Ao Mais Goiás, Rezende relata que neste mês de fevereiro, a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), em conjunto com a Rede Latinoamericana de Reprodução Assistida (Redlara) e outras importantes instituições em reprodução humana publicaram um posicionamento favorável à imunização de grávidas e tentantes (mulheres em processo de tentativa de engravidar), em razão da composição já conhecida da vacina.
“Essas sociedades alegaram que, por ser [composto de] um vírus inativados, a vacina tem zero risco de causar alguma coisa, não só na gestante, mas num adulto de maneira geral. Baseado nas outras vacinas que já são aplicadas nas gestantes, como H1N1, antitetânica, hepatite B, são produzidas da mesma forma: vírus inativado. Por essa lógica, então, a vacina contra a covid poderia ser aplicada nesse grupo de gestantes”, afirma.
O médico esclarece ainda que, para as mulheres que estão tentando engravidar, a recomendação para se imunizarem é ainda maior. “Para as tentantes, eles colocaram que adiar a gravidez pensando num suposto risco da vacinação, na verdade traz malefícios para a mulher”, diz.
Sem consenso
Apesar da recomendação de vacinação da mulher gestante ser adotada por parte majoritária da comunidade científica da área, Diego Rezende destaca que há também aquelas sociedades que, segundo ele, preferem ser mais cautelosas. É o caso da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Conforme Rezende, a federação emitiu um posicionamento que prima pela atenção a casos individualizados, não recomendando a vacinação para todas as grávidas. “Eles colocaram que cada caso tem que ser individualizado e deve ser conversado com a paciente e o médico e, caso o risco seja maior que o benefício da vacina, ela deixaria de ser vacinada. Mas o que a gente tem é que na maioria dos casos, o benefício supera o risco”, pontua.
O médico enfatiza que o posicionamento da Febrasgo, no entanto, não é uma contraindicação à vacina. Outro ponto salientado pelo especialista é que as gestantes ainda não estão no grupo prioritário definido para a vacinação pelo Ministério da Saúde e, portanto, precisarão aguardar o seu turno.