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“Vamos resgatar o cinema de rua em Goiânia”, diz dono do Cine Astor, sobre Lei Paulo Gustavo

O Cine Astor foi selecionado no resultado preliminar do edital voltado para dinamização de salas de cinema, públicas e privadas

Hoje um cinema de conteúdo adulto, o Cine Astor, localizado na Rua 9, no Centro, quer voltar a ser referência para a cultura cinematográfica de Goiânia. Para isso, os proprietários inscreveram um projeto na Lei Paulo Gustavo com o intuito de captar pelo menos R$ 750 mil a serem investidos na reforma e requalificação da sala.

O Cine Astor foi selecionado no resultado preliminar do edital voltado para dinamização de salas de cinema, públicas e privadas. Ainda há espaço para contestação antes do resultado final.

“Não tem nada a ver com pornografia”, afirma proprietário do Cine Astor

O fato, porém, gerou polêmica em torno da atual oferta de conteúdo do cinema e a obtenção de verba pública. Isso causa preocupações ao proprietário, Edson Zanini. Ele teme que a má repercussão possa desqualificar um projeto que ele considera ótimo para a revitalização do Centro de Goiânia.

“O projeto não tem nada a ver com cinema adulto. Queremos modernizar e atualizar o cinema, com ênfase cultural e voltada para as famílias, sobretudo de baixa renda”, explica o empresário.

A Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás) ressalta que a seleção do Cine Astor no edital da Lei Paulo Gustavo resulta de nota obtida pelo estabelecimento em atendimento aos critérios exigidos pelo edital. A desclassificação independe da repercussão midiática e só pode ser alterada diante de recursos eventualmente interpostos e apresentados por outras empresas que participam do mesmo processo.

Revitalização do Centro de Goiânia

A reforma inclui a requalificação da sala, no estilo stadium, projeção digital, mudanças na fachada, novas poltronas, telas e acessibilidade. Além disso, prevê contrapartidas, como realização de cinematerna (projeções de filmes para mães com filhos pequenos), ingressos sociais e eventos para escolas.

História

O Cine Astor foi inaugurado em 1979 e funcionou como uma opção de cinema de rua até 2001, quando passou por uma crise, que se confunde com a deterioração e abandono do Centro de Goiânia. No início do novo século, com a digitalização das projeções e crescimento das salas de shopping, o local acabou se tornando cinema adulto.

Com a possibilidade de requalificação do Centro, anunciado pela prefeitura, o empresário se animou com a possibilidade e inscreveu a sala. “A cidade tem muito a ganhar com o Cine Astor de volta”, avalia.

Cine Ritz também pode ser beneficiado pela Lei Paulo Gustavo

Também dono de sala de cinema no Centro, o empresário Frederico Machado inscreveu um projeto para manutenção do Cine Ritz, localizado na Rua 8, também na esperança de que a região central ganhe vida.

O projeto do Cine Ritz, também para captação de R$ 750 mil, foi contemplado na primeira fase e aguarda o resultado final. “Com reformas previstas em muitas áreas, para projetor, acessibilidade, banheiros. Vamos continuar com as ações educativas e sociais e acessibilidade… O Centro de Goiânia necessita muito de arte e cultura. Para isso, é importante voltar público para o cinema de rua. O Cine Ritz é muito querido da população”, avalia Frederico Machado.