Vaquinha online arrecada doações para morador que perdeu casa em Pontalina
A família de João Batista da Silva, de 57 anos, que teve a casa levada…
A família de João Batista da Silva, de 57 anos, que teve a casa levada para forte correnteza que se formou após o rompimento de uma represa em Pontalina, no último dia 4 de janeiro, tem contado com a solidariedade do povo goiano. Foi feita uma vaquinha online para ajudar o produtor rural a seguir com a rotina junto com a esposa, Maria da Natividade da Silva, de 50 anos.
Até o momento, segundo o policial civil Magno Mesquita, já foram entregues à família R$ 7,6 mil realizados via depósitos na conta do filho de Seu João. A vaquinha online tem como objetivo arrecadar R$ 3 mil e, até a última verificação da reportagem, já tinham sido arrecadados mais de R$ 1,4 mil.
Além disso, o policial conta que a família também recebeu doações de cestas básicas, roupas, calçados, utensílios, móveis e eletrodomésticos. Ele explica que as doações repetidas são repassadas para outras quatro famílias, que não tiveram a casa levada como o seu João Batista, mas perderam seus móveis e eletrodomésticos. Por isso, Magno afirma que ainda são arrecadadas doações de todos os tipos na delegacia civil da cidade.
No dia em que a casa de seu João foi levada, o município goiano foi atingido por um temporal. De acordo com o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (CIMEHGO), caiu 192 milímetros de água na chuva entre às 22 horas do último dia 3 até ao meio-dia do último dia 4. É possível ver o grande volume de água se levarmos em consideração a previsão mensal, que era de 240 milímetros. Com isso, a represa que comportava cerca de R$ 340 milhões de litros de água se rompeu.
Seu João Batista perdeu toda a plantação de subsistência que contava com banana e guariroba. Além disso, o produtor também teve 40 galinhas e 26 porcos levados pela força d’água. Ele alegou que alguns foram salvos por moradores da região, mas não soube precisar a quantidade.
Mais doações: dessa vez OVG
A Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) fez, nesta quinta-feira (9), a entrega de doações para 21 famílias que de alguma forma foram prejudicadas pela chuva em Pontalina. Segundo a organização, serão distribuídas cestas básicas, roupas, cobertas, enxovais de bebê e fraldas geriátricas descartáveis.
Segundo a OVG, levantamento preliminar aponta que cerca de 50 pessoas em situação de vulnerabilidade social tiveram as casas totalmente invadidas pela água. Boa parte das residências estava nos bairros Alegretinho, Lagoinha, Bijuí II e na região central da cidade.
Além das doações, equipes de assistência social são enviadas ao município para cadastrar as famílias atingidas pela enchente. O intuito é que elas recebam todo o tipo de amparo necessário.
Estragos e consequências
Desde que a forte chuva assolou a cidade, casas foram invadidas pela água, árvores caíram e o abastecimento de água e energia foram comprometidos. Alguns já foram restabelecidos. Entretanto, boa parte da atenção ainda é voltada para a cidade, principalmente pela Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.
Isso porque três barragens a montante foram monitoradas pelas corporação sob o alto risco de rompimento caso a chuva insistisse em grande volume na região. A forte chuva fez com que duas pontes fossem interditadas devido ao encabeçamento delas ficarem comprometidas. Uma é da GO-040, na saída para Aloândia, e a outra é a da GO-215. A primeira ficará interditada por cerca de 40 dias e a segunda por apenas 14 dias, segundo informações da Agência Goiana de Infraestrutura e Transporte (Goinfra). Com a decisão, a prefeitura anunciou os desvios.
A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) anunciou que o proprietário da Fazenda São Lourenço das Guarirobas, onde ficava a represa que se rompeu, pode ser multado, de forma inicial, em R$ 90 mil. Entretanto, o valor pode ter um aumento pois não foi levado em consideração o crime ambiental. A pasta também explicou que no auto da infração são levados em consideração quatro itens: alteração indevida do projeto original, descarga de fundo fechada, não manutenção adequada do barramento e não realização do cadastro no sistema de barragens, cujo prazo se encerrou no dia 31 de dezembro de 2019.