Veja o que já foi divulgado sobre o pastor goiano que prometeu “quatrilhões” a fiéis
Réu por estelionato em Goiás desde 2018, o pastor goiano Osório José Lopes é investigado…
Réu por estelionato em Goiás desde 2018, o pastor goiano Osório José Lopes é investigado pela Polícia Civil por aplicar golpes milionários e foi denunciado, na última sexta-feira (11), pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por este mesmo crime. Saiba o que já foi divulgado sobre o religioso que, com outro pastor, dizia ter um título bilionário, mas que precisava de recursos para libera-lo.
Investigação
A Polícia Civil chegou ao pastor – que não é ligado a nenhuma igreja, após as queixas formais de 10 vítimas, mas também pela ostentação e promessa de dinheiro rápido.
Preso
Osório foi preso junto com outro pastor em maio de 2018 por suspeita de aplicar golpes em fiéis de Goianésia. Eles teriam obtido R$ 15 milhões de fiéis ao dizerem que precisavam de fundos para receber um título de R$ 1 bi. Eles prometiam lucros de até 10 vezes sobre o valor aplicado. Um morador da cidade chegou a vender a casa em 2014, conseguindo recuperá-la em 2021. O pastor ficou 30 dias preso.
Ostentação
O homem ostentava uma vida de luxo com o dinheiro dos golpes e chegou a prometer, por meio de documento em nome dele, retorno financeiro de R$ 2 quatrilhões para as vítimas. Ao G1, o delegado Marco Antônio Maia disse que o pastor chegou a usar um helicóptero para fazer um trajeto de 180 km. “Em Leopoldo de Bulhões, ele tinha uma casa de luxo e ia de helicóptero para os cultos em Goianésia. Usava carros de luxo e tinha seguranças, joias. Essa aeronave era alugada, usava só para enganar os fiéis”, declarou ao site.
Promessas
O pastor atraía as vítimas por vídeos nas redes sociais e dizia ter dinheiro no Tesouro Mundial para repartir – título que não existe, segundo o Banco Central e o Tesouro Nacional. Contudo, pedia ajuda financeira dos fiéis. Inclusive, segundo reportagem do Fantástico, do último domingo (13), o religioso publicava quase um vídeo por dia para atrair novas vítimas.
Crimes
No processo que ele responde desde 2018, Osório é réu por crimes contra a paz pública – quadrilha ou bando; e crimes contra o patrimônio – estelionato. Os crimes ocorreram até aquele ano, mas, segundo a Polícia Civil, ele se mudou para São Paulo e continuou a aplicar golpes pelo País, o que rendeu a denúncia do Ministério Público na última sexta-feira, 11 de março.
Denúncias divulgadas pela polícia
A polícia divulgou alguns crimes do pastor. O eletricista Paulo Estévão, de Goianésia, denunciou o religioso em 2014 por receber um cheque sem fundo de R$ 2 milhões, após vender a única casa por R$ 250 mil e entregar o valor ao grupo de Osório – ele a recuperou no ano passado; também em Goianésia, um homem identificado pela polícia como Alex perdeu uma casa e duas caminhonetes. Em outubro de 2017, uma mulher denunciou à polícia de Santana de Parnaíba (SP) ter pago uma “quantia em dinheiro” a um funcionário do réu por estelionato. Em 2018, após ele deixar a prisão, uma vítima do Acre fez um depósito de R$ 600 na conta dele. Já em 16 de março de 2020, um empresário de São Paulo foi à polícia para denunciar o pastor por assinar um contrato com ele e pagar R$ 300 mil; neste ano, uma advogada de Goiânai levou a polícia a denúncia contra o relioso por ter feito o pai dela perder R$ 6 mil. Em outro caso, sem data divulgada, uma mulher do Mato Grosso disse que o marido depositou R$ 1 mil ao homem.
Vítimas
Existe um grupo em uma aplicativo de mensagem com mais de 900 pessoas que dizem ser vítimas do pastor. A informação é do delegado Marco Antônio Maia ao G1. Elas estão espaçhadas em vários estados do País, como São Paulo, Acre e Mato Grosso. Em 2018, 10 prestaram queixa em Goianira, mas a polícia estima, pelo menos, 30, sendo que uma delas perdeu sozinha R$ 1,5 milhão. Como já citado, uma delas foi o eletricista Paulo Estrela, que vendeu, em 2014, a casa de R$ 250 mil na promessa de receber R$ 2,5 milhões.
Posição do pastor
Osório não deu entrevista, mas se manifestou pelas redes sociais:
“Não tenho vergonha de dizer que lá atrás eu fiz coisas erradas. Erradas porque não tive orientação jurídica. Estamos entrando com recursos para provar que somos inocentes. Eu nunca neguei que tenho as minhas dívidas e tenho os meus combinados, que não foram ainda cumpridos mas a espera de ser cumpridos, muito breve.”