Vereador de Goiânia propõe mudar nome da avenida Castelo Branco para ‘Marília Mendonça’
Segundo o parlamentar, o projeto é motivado pela obra de "valor cultural e social" da cantora sertaneja
O vereador de Goiânia Marlon Teixeira (Cidadania) apresentou um projeto de lei que prevê a renomeação da Avenida Castelo Branco, na capital, como Avenida Marília Mendonça. Segundo o parlamentar, o projeto é motivado pela obra de “valor cultural e social” da cantora sertaneja, vítima de um trágico acidente aéreo no último dia 5 de novembro.
Nas redes sociais, o vereador Marlon destaca o fato de a Avenida Castelo Branco levar o nome do primeiro presidente da Ditadura Militar – regime que perdurou entre 1964 e 1985 e que cassou direitos, restringiu liberdades civis e políticas e torturou opositores.
“Castelo branco foi o primeiro presidente da ditadura militar e um dos principais articuladores do Golpe Militar de 1964, Marilia Mendonça representa liberdade, alegria, empoderamento das mulheres e quebra de tabus. E é isso que precisamos, de bons exemplos”, escreveu Marlon.
Ainda de acordo com o parlamentar, Marília Mendonça, através de sua música, conseguiu tornar o país menos machista e preconceituoso, “entrando para a galeria de outras mulheres guerreiras que já cantaram ou cantam sobre o universo feminino”.
A proposta tem como base o projeto de Emenda à Lei Orgânica do Município nº11, que permite alteração dos nomes das vias e logradouros públicos já existentes, quando se tratar de denominação que se refira às personalidades ou autoridades vinculadas ao período da Ditadura Civil e Militar Brasileira, ou fizer alusão ao nazismo ou fascismo.
Marília Mendonça morreu em acidente aéreo em Minas Gerais
A cantora sertaneja Marília Mendonça, considerada a “Rainha da Sofrência”, saiu do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, na tarde de sexta-feira (5), com destino a Minas Gerais. Após o pouso, Marília partiria por terra para Caratinga, onde faria um show marcado no Parque de Exposições da cidade.
A cantora viajava em um avião modelo Beech Aircraft. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião era da PEC Táxi Aéreo, com prefixo PT-ONJ, e tinha capacidade para seis passageiros, além de estar em situação regular e ter autorização para circulação de táxi aéreo.
Porém, a poucos minutos do pouso, a aeronave bateu contra um cabo de energia da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e caiu, vitimando todos que estavam a bordo: Marília, seu tio Abicieli Silveira, o produtor Henrique Ribeiro, o piloto e copiloto.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão do Comando da Aeronáutica, foi acionado para investigar as causas da queda do avião.