Vereador diz que Seinfra havia liberado tráfego em ponte, mas pasta nega
No dia 13 de janeiro, o vereador Welington Peixoto (MDB), informou em vídeo (via Instagram)…
No dia 13 de janeiro, o vereador Welington Peixoto (MDB), informou em vídeo (via Instagram) que a ponte sobre o Córrego Caveirinha, que liga a Vila Maria Dilce ao Setor Recreio Panorama, em Goiânia, estava liberada para veículos leves. Porém, na última terça-feira (21), a estrutura cedeu e foi levada pela água, em decorrência das fortes chuvas. O parlamentar conversou, nesta quinta-feira (23), com o Mais Goiás, e afirmou que a responsabilidade é da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra). “Em termos, né? Porque a chuva foi muito forte.”
A pasta rebateu e reafirmou que a via não estava liberada. Segundo o secretário Dolzanan Matos, poderia haver o tráfego de meia pista na via, mas somente após a sinalização da Secretaria Municipal de Trânsito Transporte e Mobilidade (SMT) e desde que esse fosse controlado, o que não ocorreu.
Em meados de dezembro, a ponte foi interditada, após fortes chuvas. Naquela época, a Seinfra começou a trabalhar na estabilização da mesma.
O início
Da primeira vez, no vídeo publicado no Instagram, Wellington, escreveu: “Após reunião com o secretário da Seinfra e da SMT, ponte que liga a Vila Maria Dilce ao Setor Panorama deverá ser reformada e inaugurada em 40 dias. Veículos leves foram liberados para transitar no local.” Os moradores da região celebraram o anúncio na rede social do político.
Nesta quinta-feira (23), o vereador disse que, após a gravação do vídeo, ele voltou a falar com técnicos da pasta – mas não com o secretário de Infraestrutura, Dolzonan Matos –, que teriam reafirmado a liberação para ele. Já a SMT teria se posicionado contra a utilização da ponte –a Seinfra teria demandado pela sinalização do local, mas como a obra não estava pronta, a SMT seria contrária. “Não pela estrutura, que não é a parte deles, mas por conta do trânsito. O próprio secretário Luiz Fernando Santana me disse que haveria riscos, pela via ter ficado muito estreita”, explicou Wellington.
“Eu fui atrás de todas as informações e os técnicos da Seinfra disseram que a ponte aguentava os veículos. Então, sobre a segurança cabe a Seinfra e seus técnicos.” Inclusive, foi questionado a Wellington se, apesar das chuvas, para a ponte ser liberada ela não deveria estar apta a qualquer intempérie. Ele consentiu, mas reafirmou que, agora, é preciso construir algo forte.
Em uma nota sintética, a pasta declarou: “A SMT informa que não liberou o trânsito na ponte do Córrego Caveirinha.”
Condenada
A vereadora Sabrina Garcêz disse que teve acesso aos laudos e que a ponte já estava condenada, desde dezembro. Para ela, a prefeitura de Goiânia pecou na falta de sinalização, em um plano de rotas alternativas e de não ter dado ampla publicidade sobre a condenação.
Apesar de não saber ao certo quem liberou a passagem, ela afirma que o trânsito foi, sim, permitido. “Foi liberado o trânsito parcial. Não sei quem colocou, mas tinha até um guard rail [trilho] no local”, relatou.
O portal entrou em contato com a Defesa Civil, a fim de saber sobre laudos da estrutura, e a mesma informou que não emite laudos, mas relatórios – só a Seinfra pode condenar. Apesar disso, o coordenador executivo da pasta, Francisco Vieira Defesa Civil, esclareceu ao portal que os próprios moradores teriam removido as manilhas para viabilizar o trânsito.
“Fizemos um relatório de novembro para dezembro, em que apontamos os problemas, que a ponte estava balançando, com rachaduras na base e afundamento na cabeceira”, disse Francisco. Ele, então, lembrou que, desde então, a estrutura passava por um trabalho de recuperação, até que foi levada pelas águas, no dia 21. “Não sabemos ao certo quem liberou o trânsito. A informação que temos é que os engenheiros da Seinfra não liberaram.”
De acordo com ele, agora está somente o buraco e os pedestres têm arriscado a vida, pois continuam a passar por ali. Sobre a fala do vereador, de que a Seinfra teria liberado, ele disse ser uma informação “contraditória”. “Depois da interdição de dezembro, não fizemos nenhuma manifestação. Deixamos a cargo da Seinfra, e o que eles nos passaram é que não houve liberação”, reforçou Francisco Vieira.
Com a palavra, a Seinfra
Dolzanan Matos, titular da Seinfra, negou a liberação da ponte. Segundo ele, a estrutura estava, de fato, condenada, conforme apontado por um levantamento da equipe dos dias 13/14 de dezembro (data da interdição), que recomendava uma nova licitação para a substituição por uma nova ponte. “Então fizemos uma estabilização.”
Ele explica que, de fato, poderia haver o tráfego de meia via, mas somente após a sinalização da SMT e desde que esse fosse controlado. Para isso, segundo o secretário deveria ocorrer, também, o limite de tonelagem e o reforço de encabeçamento nas duas extremidades, o que não tinha acontecido no dia 13 de janeiro. “Ainda tinha que acabar de reforçar o encabeçamento da ponte, o que só tinha sido feito de um lado.”
Questionado se o vereador foi precipitado, Dolzanan preferiu não comentar. Ele voltou ao assunto da estrutura. “A ponte estava realmente condenada e ia ter um paliativo, com sinalização e passagem controlada, mas isso não chegou a ser feito. Veio a chuva e levou a ponte. A previsão era de 14 mm, mas choveu 91 mm”, explicou.
Inclusive, Dolzanan garantiu que, com essas medidas de recomposição, a ponte aguentaria. “Com restrições.”
Licitação
Acerca da licitação, ele prevê 60 dias para o início, apesar desta ser emergencial. “Já estamos trabalhando nela, mas esse seria um tempo recorde. Passa pela procuradoria geral do município, é preciso respeitar o prazo recursal, fazer contrato…”, justifica.