POLÊMICA

Vereadores retiram nome de Washington Novaes de homenagem em parque

Aprovado por unanimidade na Câmara Municipal, um projeto de lei causou polêmica ao retirar a…

Aprovado por unanimidade na Câmara Municipal, um projeto de lei causou polêmica ao retirar a homenagem feita ao jornalista e ambientalista Washington Novaes de parque no Vera Cruz II, em Goiânia. Ele morreu em agosto do ano passado por complicações de uma cirurgia. A homenagem passou a ser para o sargento David Luiz Rodrigues, considerado um dos primeiros moradores da região.

A questão ocorreu após a retirada de todos os projetos enviados à Câmara Municipal pela gestão de Iris Rezende (MDB) a pedido do prefeito Rogério Cruz (Republicanos). Era justamente de autoria do Paço Municipal, ainda na gestão do decano emedebista, a homenagem a Washington Novaes. Com isso, tramitou na casa outra proposta semelhante, de autoria do vereador Clécio Alves (MDB), mas com o nome do sargento para o parque.

A proposta de homenagem ao jornalista e ambientalista chegou a ser devolvida à Câmara, mas foi rejeitada pelos vereadores na Comissão de Habitação. A homenagem ao sargento seguiu adiante e foi aprovada pelos vereadores e segue para sanção do prefeito.

Críticas

A mudança na homenagem repercutiu mal, com críticas de personalidades como o jornalista André Trigueiro e o empresário Leonardo Rizzo, além da família de Washington Novaes.

O professor e ex-secretário de estado, Nasr Fayad Chaul, também criticou a retirada do nome de Novaes do parque. Ele provocou vereadores para encontrarem nome melhor do que Washington Novaes para uma homenagem.

A enfermeira Virgínia Novaes, casada há 50 anos com o jornalista, lembrou que por trás do nome “existe uma família enlutada”. “Washington escolheu tornar Goiânia sua casa. Seu coração se tornara goiano. (…) É um gesto impossível de se explicar, sobretudo para as crianças”, escreveu.

Novaes é dos pioneiros na cobertura de meio ambiente e povos indígenas no Brasil. Um dos trabalhos mais conhecidos do jornalista é a série documental Xingu – A Terra Mágica, que venceu premiações em Cuba e na Coreia do Sul, sendo selecionado para a Sala especial da Bienal de Veneza, em 1986.