“Vergonha e abandono”: músicos da Orquestra Sinfônica fazem novo ato contra prefeitura de Goiânia
Os profissionais alegam que, desde 2011 não recebem aumentos salariais reais

Vista por muitos como uma profissão alegre, bonita e que leva felicidade a quem assiste, músicos da Orquestra Sinfônica de Goiânia (OSG) reivindicam melhores condições de trabalho, reestruturação no plano de carreira e valorização dos salários, congelados desde 2011. A sensação de desamparo diante da falta de políticas públicas foi exposta pelo violinista Marcus Moreno em discurso realizado nesta quinta-feira (28/09) na Câmara dos Vereadores.
“Não viemos aqui falar de felicidade. Essa é uma palavra que está muito distante do nosso convívio social. Estamos aqui para falar de justiça e sobrevivência. Estamos aqui para clamar para que essa casa tenha piedade e compaixão da nossa situação”, destacou aos vereadores presentes. Os profissionais alegam que, desde 2011 não recebem aumentos salariais reais, sendo a remuneração atual de R$ 1,6 mil para membros do coro e R$ 2,1 para instrumentistas.
O desabafo foi além. “Se a gente não tem mais músicos aqui hoje, é porque eles não tem dinheiro para pegar um ônibus ou Uber. Outros não tem como pagar uma babá ou onde deixar suas crianças. Alguns outros estão doentes e tomando remédios. Alguns até já cogitaram suícidio. O músico profissional ganha um salário mínimo e meio. A situação é de vergonha e abandono”.
Os integrantes da Orquestra Sinfônica de Goiânia (OSG) estiveram em um ‘protesto cultural’ para pedir valorização dos músicos e reestruturação do plano de carreira da orquestra, haja vista que os membros estão com salários congelados há mais de 12 anos. O ato acontece dois dias após manifestação em frente ao Paço Municipal.
O presidente da Câmara, vereador Romário Policarpo (Patriota), afirmou que destinará emenda de R$ 100 mil para valorização da carreira dos músicos da OSG. Ele pediu aos demais vereadores que contribuam no mesmo sentido. Anselmo Pereira (MDB) e Paulo Magalhães (União Brasil) foram outros que manifestaram a favor do ato.