GOLPE

Veterinário é suspeito de aplicar golpes em fazendeiros de Goiás e SP

Veterinário usava parentes como "laranjas" para assinar contratos e movimentar dinheiro em seu lugar

A Polícia Civil de Goiás investiga o veterinário e agropecuarista Thiago da Matta Fagundes, de 40 anos, acusado de envolvimento em um esquema de golpes que causou um prejuízo estimado em R$ 100 milhões a produtores rurais de Goiás e São Paulo.  Ele teria usado táticas elaboradas para enganar fazendeiros e investidores interessados na compra de propriedades rurais, além de usar parentes e colaboradores para ocultar seu envolvimento direto.

Segundo a investigação, Thiago negociava a venda de imóveis, apresentando propriedades como oportunidades de investimento promissoras. Ele chegava a receber pagamentos adiantados das vítimas, sob o compromisso de regularizar dívidas que estariam vinculadas ao imóvel, mas, em vez disso, utilizava a propriedade como garantia para novos empréstimos bancários. Em um dos casos, ele teria obtido cerca de R$ 16 milhões em empréstimos usando uma fazenda já vendida como garantia, impossibilitando a vítima de formalizar a compra no cartório.

Conforme apurado, o esquema usava pessoas próximas, conhecidas como “laranjas”, que formalizavam contratos e movimentavam valores para ocultar a participação de Thiago. O uso de terceiros e contratos falsos dificultava a identificação do verdadeiro responsável, permitindo que ele continuasse a prática sem ser facilmente identificado.

Em uma operação na última semana, a polícia cumpriu oito mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia, Porangatu e Pindamonhangaba (SP), onde foram apreendidos documentos, registros bancários, computadores e uma caminhonete que Thiago alegou estar alugando. Os investigadores acreditam que o veículo possa ter sido registrado em nome de terceiros para dificultar o rastreamento.

Durante a operação, Thiago foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, mas foi liberado após o pagamento de fiança. A polícia divulgou seu nome e imagem para auxiliar na identificação de outras vítimas, uma vez que os prejuízos podem envolver ainda mais pessoas e instituições financeiras. De acordo com a PC, o agropecuarista é suspeito de estelionato, falsificação de documentos públicos, uso de documento falso e associação criminosa

O caso veio à tona após uma denúncia em novembro de 2023, quando uma vítima relatou ter sofrido o golpe durante a compra de uma fazenda em Porangatu. Desde então, cinco vítimas principais foram identificadas, além de bancos e credores, que somaram perdas expressivas.