Vigilância sanitária suspende distribuição da cerveja Belorizontina em Goiás
A vigilância sanitária suspendeu distribuição, comercialização e uso de lotes da Cerveja Belorizontina em Goiás.…
A vigilância sanitária suspendeu distribuição, comercialização e uso de lotes da Cerveja Belorizontina em Goiás. A medida foi publicada no Diário Oficial do Estado do dia 16 de janeiro e diz que a cervejaria infringiu o artigo 10 da Lei 6437 de 1977, que elenca os tipos de infrações sanitárias. O número de pessoas contaminadas subiu de 19 para 21. A maioria dos casos, 14, se concentra na capital mineira. Quatro pessoas já morreram.
A Associação Brasileira de Cervejas Artesanais (Abracerva) espera a finalização das investigações para se manifestar oficialmente a respeito. No entanto, ressalta, em nota, que as normas para abertura e manutenção de fábricas de cervejas são bastante rigorosas. Além disso, diz que as fabricantes goianas não usam o produto que teria causado a contaminação em 21 pessoas.
Segundo o diretor presidente da associação em Goiás, Henrique Augusto Martins, as cervejarias goianas não usam o dietilenoglicol no processo de fabricação artesanal da cerveja. Ele diz que, por conta dos custos, os cervejeiros preferem usar uma solução que vai 70% de água e o restante de solução contendo etanol.
A mistura é usada para o processo de resfriamento da cerveja, que, assim que é retirada do cozimento, deve ter sua temperatura diminuída dos 100ºC para aproximadamente 20ºC. A solução agiria para o resfriamento. Tanto o dietilenoglicol quanto o etanol são usados para que a água, que passa pela serpentina responsável pelo resfriamento, não congele.
Henrique, que é dono da cervejaria Lola, afirma que pela legislação federal não há separação entre cerveja artesanal e industrial. “Nós somos tratados como uma cervejaria de grande porte, todos os órgãos competentes, como a Anvisa e a vigilância sanitária não fazem a distinção na hora de fazer a fiscalização. É bom esclarecer isso para o consumidor”, ressalta.
Contaminação
O número de notificações por suspeita de contaminação da cerveja Belorizontina subiu de 19 para 21, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Somente Belo Horizonte possui 14 casos, enquanto os outros sete estão no interior.
A substância utilizada por ação anticongelante foi detectada em dois lotes da principal cerveja da fabricante Backer. A contaminação está relacionada com a síndrome nefroneural, que causou a morte de quatro pessoas nas últimas semanas.
MG: 14 pessoas que beberam cerveja Belorizontina correm risco de morte (Foto: Washington Alves/Reuters)Leia nota na integra da Abracerva:
A Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva) reforça a informação da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) de que as hipóteses para o surgimento da síndrome nefroneural ainda não foram esclarecidas.
Ressaltamos que as normas para abertura e manutenção de fábricas de cervejas são bastante rigorosas a fim de evitar qualquer dano à saúde.
Só através da investigação por órgãos competentes, já em curso, haverá a real explicação para o fato. Aguardaremos, assim como o mercado, por esse esclarecimento.
Leia a nota completa da Cervejaria Backer:
“Para os consumidores que não residem em Belo Horizonte – MG e região metropolitana, informamos que as redes de supermercados e distribuidores das cidades do interior de Minas Gerais e demais Estados estão recolhendo os produtos dos lotes mencionados para posterior devolução à Cervejaria Backer.
Àqueles que pleiteiam ressarcimento, orientamos a se dirigir ao local onde comprou o produto de posse da respectiva Nota Fiscal, para solicitar troca por outro produto em conformidade com o disposto no Código de Defesa do Consumidor.
Entendemos o transtorno que esse episódio está causando e lamentamos profundamente. Enquanto as apurações sobre o que pode ter ocorrido estão sendo realizadas, a empresa segue dando suporte às vítimas e às suas famílias.
Nesta oportunidade, compartilhamos telefone de contato disponível de 2ª a 6ª feira de 08:00 às 17:00 horas para acolhimento às possíveis vítimas (31) 3228 8859. Uma vez feito o acolhimento, será acionada uma equipe de assistência especializada que buscará informações sobre onde estão essas pessoas de modo a viabilizar que seja prestado todo o apoio necessário”.
Relação de lotes que estão sendo recolhidos:
“CAPITÃO SENRA – LOTES L2 1609 e L2 1571PELE VERMELHA – LOTES L1 1448 e L1 1345FARGO 46 – LOTE L1 4000BACKER PILSEN – LOTES L1 1549 e L1 1565BROWN – LOTE 1316BACKER D2 – L1 2007BELORIZONTINA – LOTES 1348, 1546, 1487, 1593, 1557, 1604, 1474, 1081, 1075, 1088, 1078, 1104, 1144, 1136, 1172, 1110, 1159, 1166, 1147, 1176, 1169, 1187, 1205, 1197, 1215, 1227, 1253, 1244, 1260, 1275, 1272, 1269, 1295, 1307, 1301, 1304, 1322, 1334, 1354, 1373, 1388, 1379, 1392, 1398, 1383, 1376, 1406, 1370, 1412, 1415, 1424, 1428, 1421, 1433, 1436, 1446, 1455, 1440, 1467, 1464, 1479, 1482, 1493, 1506, 1718, 1518, 1521, 1534, 1552, 1574, 1580 e 1615.CAPIXABA – LOTE 1348”.