LEVANTAMENTO

Violência contra a mulher cai 7% em relação ao primeiro trimestre de 2021 em Goiás, diz SSP

Os casos de ameaça a mulher vítima de violência doméstica tiveram queda de 7% em…

Os casos de ameaça a mulher vítima de violência doméstica tiveram queda de 7% em 2022 se comparado aos três primeiros meses de 2021. A informação é do observatório da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO). Os dados revelam que, no ano passado, de janeiro a março foram um total de 3.981 registros e, no mesmo período, neste ano foram 3.714 registros.

Outro índice que também apresentou queda foi o de feminicídio. Quando comparado com os três primeiros meses de 2021 verifica-se uma queda de 5% em 2022. Segundo o levantamento, de janeiro a março de 2021 foram 17 registros. Já neste ano, considerando o mesmo período, foram 16 registros.

De janeiro a março deste ano, foram registrados 9.232 casos de violência doméstica, com 16 mortes e 67 estupros. Os principais crimes são contra a honra, lesão corporal e ameaças. Apenas no mês de março, três casos de feminicídio foram confirmados pela SSP-GO.

Segundo os dados da SSP, o ano passado também registrou aumento nos registros de mulheres que sofreram ameaças no âmbito doméstico. Foram 962 casos a mais do que em 2020 (um aumento de aproximadamente 6,5%). No total, foram 37.583 casos de violência doméstica registrados ao longo do ano. Fora isso, as autoridades policiais de Goiás também registraram, no ano passado, um crescimento de cerca de 17,2% em casos de crimes contra a honra.

Casos de violência são recorrentes

De acordo com a pasta, os dados de abril e maio ainda não estão disponíveis, mas semanalmente novos casos chegam ao conhecimento da Polícia Civil (PC).

Em Edealina, no sudoeste goiano, Diana Souza de Urzêda, de 25 anos, foi encontrada morta dentro de um quarto de hotel. Em Novo Gama, no entorno do Distrito Federal (DF) uma mulher de 32 anos foi encontrada com o corpo carbonizado em estado de decomposição. Em Goianápolis, a maquiadora Tayná Pinheiro Duquis, de 26 anos, foi esfaqueada pelo companheiro com quem tinha uma filha de 10 meses.

Na última segunda-feira (16), o corpo da diarista Luiza Helena Pereira Lima, de 38 anos, que estava desaparecida desde o último dia 6, foi encontrado em uma cisterna na zona rural de Cristianópolis. O suspeito, Joaquim Bispo Costa, namorado da vítima, confessou o crime e disse que a matou esganada por uma crise de ciúmes.

Antes de serem mortas, mulheres sofrem com outros tipos de violência

A delegada Cybelle Tristão, titular da Delegacia da Mulher (Deam) de Aparecida de Goiânia explica que, a violência contra a mulher tem suas raízes em questões socioculturais e as vítimas são agredidas de todas as formas, a todo minuto.

“A mulher sempre foi considerada um objeto de direitos e não sujeito de direitos, sem voz, e sem vontade própria, no decorrer da história. E, infelizmente, ainda vivemos e convivemos numa sociedade machista, onde a mulher precisa provar, a todo momento, a sua capacidade. A partir do instante em que o empoderamento feminino ganha espaço, a violência também cresce”, afirma.

Para ela, o machismo é ainda, a causa maior da violência contra a mulher. “Mulheres são agredidas, de todas as formas, a todo minuto. Violência moral, física, psicológica, sexual, patrimonial, todas elas têm suas origens em situações machistas de não aceitação da igualdade de direitos entre homens e mulheres”, destaca Cybelle.

Conforme a delegada explica, a pandemia contribuiu para o aumento da violência doméstica contra a mulher, mas não mudou uma realidade que já existia. “A solução a longo a prazo, é trabalhar a educação”, reforçou.

O afastamento do agressor pode também ajudar a mulher a se organizar ou se fortalecer. Hoje existem várias maneiras de se fazer uma denúncia de violência contra a mulher, seja se identificando ou mesmo de forma anônima, como o DISQUE 100,  DISQUE 180 ou DISQUE 197. Uma vez denunciado, a Polícia apurará o caso.