PERFIL DO SUSPEITO

“Violento com idosos e mulheres”, diz polícia sobre o criminoso de Corumbá

“Violento com idosos e com mulheres”: é assim que o delegado Tibério Martins, da Polícia…

“Violento com idosos e com mulheres”: é assim que o delegado Tibério Martins, da Polícia Civil de Goiás, descreve Wanderson Protácio, de 21 anos, que está foragido e é o principal suspeito de matar a própria esposa (que estava grávida), a enteada (de um ano e oito meses) e um proprietário rural na região de Corumbá.

“Ele é um cara bastante frio e violento. Conhecido aqui na região por arrumar confusão, por já ter sido preso. É agressivo quando se trata de mulheres e idosos, que geralmente não conseguem se defender”, disse o delegado.

Crimes em Corumbá: helicóptero da polícia procura suspeito em Abadiânia (Foto: Reprodução/Facebook)

De acordo com o investigador, ainda não há informações sobre qual teria sido a motivação do crime. O que se sabe é que Wanderson continua solto e, principalmente, continua armado.

“Ele veio pra Goiás depois de arrumar confusões em outros estados, como no Maranhão e Minas Gerais. É um cara do crime mesmo. As vezes faz uso de drogas, mas é conhecido na região por furtar coisas, fazer coisa errada”, explicou o delegado.

Entenda como o crime aconteceu

Segundo a polícia, por motivos ainda desconhecidos, Wanderson e a namorada, Ranielle Aranha, começaram uma discussão que se acalorou. Ranielle estava grávida de quatro meses e também tinha outra filha, de 1 ano e 8 meses, fruto de outro relacionamento.

Durante a discussão, Wanderson pegou uma faca e matou a gestante degolada. Em seguida, matou a enteada da mesma maneira que a mãe e fugiu. O delegado Tibério detalha que mãe e filha viviam em uma casa, situada na zona rural de Corumbá.

A terceira morte

Logo depois de cometer o crime, Wanderson foi até a casa do patrão, que também mora em uma fazenda na região. Na casa do chefe, o suspeito furtou uma arma e foi até a casa de um vizinho, identificado como Roberto Clemente de Matos.

Segundo a esposa de Roberto, Cristina Nascimento da Silva, o suspeito bebeu um copo de refrigerante e conversou um pouco com o marido dela em tom agradável. Porém, logo em seguida, pegou a arma e atirou contra a cabeça de Roberto.

Depois de matar o fazendeiro, Wanderson teria tentado estuprar Cristina. Aos policiais ela contou que conseguiu correr, mas, foi atingida por um disparo no ombro. Além disso, foi brutalmente agredida pelo suspeito. A mulher conta que precisou fingir que estava morta para sobreviver.

Cristina está internada no Hospital Estadual de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HUANA).

A fuga

Logo após matar Roberto e acreditar que a esposa dele estava morta também, Wanderson roubou o carro do casal e fugiu. Ele seguiu a caminho do município de Alexânia. Mas, abandonou o veículo na GO-225.

Segundo o investigador, na cidade de Alexânia, Wanderson vendeu alguns bens, como o celular, e conseguiu contratar uma pessoa que o levou até Abadiânia. “Estamos concentrando as buscas entre essas cidades, pois foi onde ele foi visto pela ultima vez”, explicou.

Há também informações de que o suspeito entrou em uma mata e segue desaparecido. Atualmente,  mais de 50 policiais militares de diversos batalhões fazem buscas por Wanderson. Eles contam, inclusive, com a ajuda de helicopteros.

Tentativa de feminicídio em 2019

Wanderson havia sido preso em 2019 por tentativa de feminicídio contra uma ex-companheira, L.S.P., em Goianápolis.  Segundo o delegado,  a vítima tentou por fim ao relacionamento, mas o homem não aceitou.

Apesar de ter sido preso, a Justiça soltou Wanderson em março deste ano para que ele aguardasse o julgamento em liberdade. Foi nessa época que ele começou a trabalhar em uma fazenda localizada no município em que ele cometeu os crimes bárbaros de domingo (28).

Mais Goiás entrou em contato com a assessoria do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), que disse que o processo está concluso desde outubro com a juíza da Vara Criminal de Goianápolis, Marcella Caetano, que ainda vai decidir se define a data do tribunal do júri ou se pede mais diligências.

A reportagem também tenta contato com as policiais civis de Minas Gerais e Maranhão, para entender se o suspeito possui antecedentes nestas cidades também. Porém, ainda não recebeu respostas.

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*Larissa Feitosa compõe programa de estágio do Mais Goiás sob supervisão de Hugo Oliveira.