Vítima de queimaduras tem alta do hospital e reencontra família após quase 20 anos
Ailton Antônio da Silva ficou internado por 46 dias no Hugol. Equipe de serviço social da unidade conseguiu encontrar a família do paciente
Recém chegado da cidade de Natal, Ailton Antônio da Silva estava em Goiânia para prestar serviço e procurar sua família, porém não teve sucesso. Quando chegou em casa foi surpreendido por dois bandidos que lhe deram pauladas em todo o corpo até ficar inconsciente, conforme alega. Ao acordar do desmaio, os bandidos, assustados por ele ainda estar vivo, resolveram atear fogo em seu corpo e jogá-lo na margem de um rio. Encontrado pela polícia, o goiano foi encaminhado para atendimento no HUGOL. “Eu fui para a UTI, olhei para mim e pensei que não ia escapar, foi quando pedi a menina [assistente social] que avisasse minha família, que os encontrasse de alguma forma”, conta Ailton.
O paciente, traumatizado devido ao espancamento e vítima de queimaduras, ficou internado por 46 dias para recuperação. Durante seu tratamento, a equipe do Serviço Social do hospital realizou uma busca ativa, dificultada devido à falta de informações e referências mais palpáveis dos familiares, conforme explica a assistente social do HUGOL, Juciene Oliveira.
“A busca ativa acontece quando o paciente chega no hospital sem identificação ou referência familiar. Nesse caso, o Ailton citou que não via sua família há muito tempo, com informações confusas sobre suas origens. Desde a entrada do paciente, temos a preocupação de que, quando tiver alta, saia daqui com a família localizada. Realizamos a investigação em todos os sistemas e órgãos disponíveis, além do apoio dos meios de comunicação, tudo o que for fonte de informação. Demanda tempo e persistência, mas é muito gratificante quando sabemos que o objetivo foi alcançado: reintegrar o paciente à sociedade e à sua família”, explica a assistente social com 22 anos de experiência na área.
“Ela [Juciene] me disse que tinha uma surpresa pra mim, aí vieram me contar. Aí ela falou: encontramos sua família. Pensei que ia morrer, meu coração ia sair pela boca. No dia que minha irmã apareceu aqui foi só choro. Agora toda família veio me visitar”, afirma Ailton. E perguntado sobre por que ficou tanto tempo longe, ele explica que “estava trabalhando em outro Estado, dedicado ao trabalho. Os anos se passaram e eu nem percebi! Agora não vou sair mais de perto da minha família, vou ficar o resto da minha vida perto do meu pai”.
A irmã, Dinalva da Silva, diz que ficou muito feliz por reencontrá-lo, tanto que nem acreditou que era verdade. “Fiquei muito feliz quando vi ele. E também estou muito grata por ele estar indo para casa. Nunca imaginei que um hospital ia cuidar tão bem dele. Agradeço a todos por cuidarem dele, que Deus abençoe a todos. Estou feliz por nos encontrarmos de novo”, conclui.
Referência em vítimas de queimaduras
A Unidade de Queimados do HUGOL conta com equipe médica especializada para o atendimento de pacientes vítimas de queimaduras. Dos 11.732 procedimentos cirúrgicos realizados no hospital, de julho de 2015 a maio de 2016, 2.403 são de cirurgias plásticas reparadoras, representando cerca de 20% da demanda cirúrgica do hospital.