DIREITO GARANTIDO

Viúva consegue registro de óbito do marido desaparecido há 35 anos

Marido da mulher está desaparecido desde 1987, quando embarcou em avião de pequeno porte no Mato Grosso do Sul

Viúva consegue registro de óbito do marido desaparecido há 35 anos (Foto: Reprodução - DPE-GO)

A Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO) garantiu que uma viúva tivesse a declaração de morte presumida do marido, que está desaparecio há 35 anos, sem decretação de ausência prévia. O marido da mulher está desaparecido desde 1987, quando embarcou em uma avião de pequeno porte na cidade de Corumbá, no estado do Mato Grosso do Sul, com destino a Bolívia.

De acordo com notícias da imprensa na época, a aeronave em que o homem embarcou e desapareceu durante o trajeto. Nenhum tripulante ou destroços do avião foram encontrados.

O requerimento, feito pelo defensor público Gustavo Alves de Jesus, informa que a morte do homem nunca foi declarada e a mulher dele precisa prosseguir com sua vida, regularizando seu estado civil de “casada” para “viúva”. Porém, conforme o Código Civil brasileiro, a morte presumida pode ser declarada, sem decretação de ausência, se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida.

“Desde o acidente já se passaram 34 anos, sem que a esposa ou seus filhos tenham qualquer notícia do mesmo desde então. Ressalte-se que o homem contaria atualmente com a idade de 61 anos, sendo extremamente provável a ocorrência de seu óbito”, destacou o defensor público. “Assim, considerando as provas em anexo, requer o reconhecimento da morte presumida e consequente averbação do registro de óbito”, completou no requerimento.

Na decisão, o juízo afirma que é possível constatar, pela documentação dos autos, os fortes indícios de que o marido da mulher está desaparecido há mais de 35 anos, “inexistindo razão para determinar providências objetivando localizá-lo”.

“Dessa forma, considerando que desde 13/06/1987, quando o homem embarcou em um avião desaparecido, não se tem notícia de seu paradeiro, mesmo depois da realização de buscas oficiais, mostra-se extremamente provável sua morte, restando preenchidas as condições do art.7°, I, CC”, declarou o magistrado ao deferir o requerimento pela decretação da morte presumida sem decretação de ausência.