REGIME PRESENCIAL

Escolas do estado voltam às aulas presenciais com 50% de alunos nas salas

Prioridade será alunos sem conectividade, com baixo desempenho e de grupos vulneráveis

Volta às aulas vai seguir três critérios prioritários para atendimento aos estudantes (Foto: Reprodução)

Após um ano e meio de ensino remoto, os alunos retornaram as aulas presenciais na rede estadual de Goiás nesta segunda-feira (2). O retorno está acontecendo com a ocupação de até 50% da capacidade das unidades escolares.

Segundo a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), com revezamento quinzenal, nessas primeiras semanas as escolas devem seguir três critérios para atendimento presencial. Com isso, a prioridade será os estudantes sem conectividade; estudantes com baixo desempenho nas avaliações diagnósticas do primeiro semestre e estudantes de grupos vulneráveis.

Fram Sousa, mãe de um adolescente de 15 anos, que está no 9º ano disse que está feliz com o retorno e que o filho estava ansioso. ” Eu achei bom. Já esta a muito tempo com os colégio públicos sem aulas presenciais e com cuidados adequados acredito que tudo ficará bem. Por ser o primeiro dia sempre tem alguma confusão, mas para mim tem que voltar mesmo. Já está a muito tempo parado e os alunos cansados de ter aulas online”, disse ao Mais Goiás.

“Eu até falei para o meu filho não ir hoje, por ser o primeiro dia, mas ele estava ansioso e muito empolgado com a volta às aulas presenciais que acordou cedo, mesmo estudando no período da tarde”, completou .

Profissionais da educação

Com relação aos professores, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), já vem se manifestando contra esse retorno em agosto. Para a representante da categoria, Bia de Lima, “ainda não é a hora”. Segundo ela a maioria dos profissionais da Educação ainda não foram completamente imunizados e com a alta circulação do vírus e a taxa de ocupação das UTIs em alta o risco é grande.

O professor da rede estadual, Maikon dos Santos conta que se sentiu confuso em seu primeiro dia. “Da parte profissional, estamos perdidos, em como proceder com esse retorno por ter muitas informações desencontradas. O que acontece na prática é que muitos pais não querem mandar os alunos para a escola com medo da Covid, e ficamos em uma situação meio que sem ter o que fazer”.

“Agora, no sentido pessoal acho que não está na hora de voltar, porque estamos com um número preocupante na taxa de UTI, pouca gente vacinada e o vírus em grande circulação e os professores, a maioria só tem a primeira dose. Acho que seria mais prudente esperar um pouco mais”,  reforça.

O também professor da rede estadual, Thiago Oliveira destaca que em seu primeiro dia vivenciou uma cena que o deixou preocupado. “Eu penso que não deveria voltar nesse momento devido a toda luta que está em torno da Covid. Presenciei a pessoa responsável pelo pátio pedindo inúmeras vezes para que os alunos colocassem a máscara. Isso não pode ser considerado normal e nem pode ser tido como nossa função, e nós teremos que ficar com essa preocupação. A escola garantiu toda a questão de equipamentos, máscara, álcool em gel, medidor de temperatura e não teve aglomeração com atendimento de 50% por turno. Mas, esses alunos passam por outros lugares para chegar até a escola, por isso penso que o retorno possível seria em setembro, outubro quando a comunidade escolar já teria sido vacinada”, pontua.

A superintendente de Atendimento e Organização Educacional da Seduc Goiás, Patrícia Coutinho, disse que as escolas e as famílias estão se adaptando com esse retorno. “Temos ido as escolas acompanhar esse processo para ver se está sendo seguido os protocolos e se tem faltado alguma informação. Tem algumas intercorrências, mas tudo sendo controlado”, afirma.

Sobre a existência de um possível termo de responsabilidade que os pais teriam que assinar para os filhos retornassem, a superintendente explicou. “Esse termo foi elaborado em janeiro, quando tinha um termo de consentimento dos pais para que os alunos retornassem para o presencial e o pessoal acabou replicando, mas ele já foi invalidado.  O que a gente orienta  agora, é que a escola colete as informações dos pais que decidiram não levar os filhos para a escola, que participe das aulas remotas e se não tiver conectividade, responda as atividades pelo material impresso”, conclui.