Wilson Pollara é transferido para hospital particular e passa por angioplastia
Preso, ex-secretário passou mal na tarde do último domingo (1/11) com suspeita de infarto agudo do miocárdio
O ex-secretário de Saúde Goiânia, Wilson Pollara foi transferido para um hospital particular da capital e passou por procedimento de angioplastia. Agora, ele segue estável e sendo monitorado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Pollara passou mal na tarde do último domingo (1°/12) com suspeita de infarto agudo do miocárdio, ele precisou ser transferido da Casa do Albergado, de onde estava preso, para uma unidade de saúde da capital.
Em nota, o hospital Ruy Azeredo informou que o procedimento foi realizado com êxito. Em entrevista recente ao Mais Goiás, o advogado do investigado, Thiago Peres disse que teme pela vida do cliente, caso a manutenção da prisão temporária persista. A defesa aguarda um pedido para conversão da prisão em domiciliar.
Conforme expõe a defesa, Pollara possui doença arterial coronariana e, atualmente, apresenta quadro de arritmias cardíacas e hipertensão arterial, dificuldade de locomoção em razão de problemas musculares, além de outras complicações decorrentes do tratamento de dois cânceres. Uma vez que a saúde do ex-secretário requer cuidados especiais, segundo o advogado, “a prisão temporária coloca em xeque a integridade física e a dignidade humana do cliente”.
Prisão temporária prorrogada
No último sábado (30/11), o Ministério Público de Goiás (MP-GO) confirmou ao Mais Goiás que conseguiu a prorrogação da prisão temporária do ex-secretário de Saúde Goiânia, Wilson Pollara. O processo corre em segredo e Justiça e o órgão não informou os detalhes, como a data do aceite do pedido ou até quando foi mantido o cárcere.
No momento, a defesa de Pollara aguarda o julgamento de um pedido para que ele possa migrar para a prisão domiciliar. O advogado justificou o agravamento do estado de saúde e apresentou laudo médico expedido no último dia 27.
Wilson Pollara foi preso por supostas irregularidades em pagamentos
A prisão do ex-secretário e outros dois ex-gestores da pasta, durante a Operação Comorbidade, ocorreu na manhã da última quarta-feira (27). Segundo o MP-GO, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), sob o comando de Pollara, tinha contato direto com os fornecedores da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão de três maternidades na capital, e realizava pagamentos de forma não oficial.
De acordo com órgão, Pollara e os outros investigados (Quesede Ayres Henrique que atuava como secretário-executivo da pasta e Bruno Vianna, então diretor financeiro da SMS) formaram uma associação criminosa que favorecia empresas por meio de pagamentos irregulares – e eles próprios -, desrespeitando a ordem cronológica de exigibilidade e causando prejuízos aos cofres públicos. O esquema impactou diretamente a gestão da saúde municipal, agravando a crise no setor. Recentemente, o caos refletiu na fila das UTIs com pessoas morrendo à espera de uma vaga.
Além das prisões, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e determinada a suspensão das funções públicas dos três servidores. As ações foram realizadas na sede da Secretaria Municipal de Saúde, nas residências dos presos e de um empresário vinculado aos contratos investigados. Durante as buscas, os agentes encontraram R$ 20.085,00 em dinheiro na posse de um dos alvos.
Por meio de nota, enviada na data da operação, a prefeitura de Goiânia destacou colaborar com as investigações e que tomará as medidas administrativas cabíveis a partir do desdobramento da apuração feita pelo Ministério Público de Goiás. No mesmo dia, inclusive, o município trocou o secretário. A nova titular da pasta é Cynara Mathias Costa.
Nota do hospital
“Na noite deste domingo, 1º de dezembro de 2024, no Hospital Ruy Azeredo, a equipe liderada pelos médicos Dr. José Maria, Leandro e Rafael Azeredo Bastos, realizou com sucesso o procedimento de angioplastia no paciente Wilson Modesto Pollara, que apresentava quadro de angina instável.
O Sr. Wilson Modesto Pollara compareceu ao hospital com dor precordial típica persistente. Após avaliação clínica detalhada e exames complementares, um cateterismo cardíaco identificou lesão de 95% em ramo diagonal de bom calibre. Frente ao achado foi realizado angioplastia percutânea como implante de stent farmacológico.
O procedimento foi concluído com êxito e complementado por angiotomografia da aorta para análise abrangente do sistema cardiovascular. O paciente encontra-se estável e permanece sob monitorização contínua na unidade de terapia intensiva (UTI)”.