A próxima valsa da tua escolha
Amor é escolha. É ficar mesmo quando não se está no controle. Afinal, a vida é um carro desgovernado que sabe muito bem seu próprio caminho. Quem ousou tentar domá-la, algum dia conseguiu?
Dizem que dar certo no amor é como ganhar na loteria. Rita Lee cantou dizendo que “sexo é escolha, amor é sorte”. Bem, eu acredito quase no oposto disso.
Não classifico o sexo de sorte porque realmente escolhemos com quem vamos misturar o suor e a saliva. Mas o amor, ah, o amor é escolha, e antes de mais nada, disposição.
Sempre há aquele momento em que você sabe que se der mais um passo, seu ponteiro vai desequilibrar, sua porteira vai escancarar e você não vai saber pilotar sua bicicletinha sem freio nas vias desse sentimento clichê e antigo, mas sempre, selvagem e indomável.
Amor é coragem. É disposição pra ser menino em plena praça pública e dançar mais uma vez sob os olhos de Plutão. É não desistir na primeira treta, no primeiro pisão no pé. É disposição pra aprender o outro, a vida e a sorte, por que, o que é a sorte se não o resultado de toda nossa trajetória de escolhas que nos trouxeram exatamente para o momento presente?
Amor é escolha. É ficar mesmo quando não se está no controle. Afinal, a vida é um carro desgovernado que sabe muito bem seu próprio caminho. Quem ousou tentar domá-la, algum dia conseguiu?
Amar é dar o próximo passo sem nenhuma garantia, mas com disposição pra se vestir de coragem. É o segundo beijo. O terceiro encontro, mesmo tendo aos pés, dois oceanos de outras possibilidades.
Amor é a juventude correndo em via de mão dupla, queimando passado, agradecendo histórias e se abrindo para o novo que é sempre a repetição do movimento do coração, que continua em outro mesmo depois do fim.
Hoje, beije mais demoradamente. E no instante em que você estiver, esteja.
São nesses momentos, em que estamos inteira e completamente onde estamos, que o amor nos pega pela mão e nos tira pra dançar.