D e s a c e l e r a
Olhe mais uma vez pela janela. Repara na paisagem do teu trajeto, nas telhas encardidas…
Olhe mais uma vez pela janela. Repara na paisagem do teu trajeto, nas telhas encardidas e na beleza das paredes rabiscadas. O que é isso tudo se não um retrato da tua própria vida? Aceita. Se aceite.
I n s p i r a.
Lembra da tua última paixão, da tua última loucura? Se teus pecados são dignos de perdão, se eles não resumem quem tu és, porque teu raciocínio nada lógico insiste tanto em nominar tudo aquilo que discordas?
Tá vendo aqueles dois homens sentados no banco dessa rua antiga? Eles sofreram por todos os últimos meses para conseguirem se encontrar. O que há de tão mais puro em seu amor que se acha superior ao deles?
R e s p i r a.
Esse medo de se envolver, de onde vem?
Ninguém vai te pegar pela mão e obrigar se casar. Você não precisa pagar de babaca pra sua nova-garota-da-semana. Conversar, sorrir, andar mais devagar e compartilhar os próximos 15 minutos com qualidade de humanidade, não te tirará da sua zona fantástica chamada solterice.
Solte o ar pela boca. Essa pressa, essa festa e essa vida, também vai passar. Cultive melhor seu pomar.
A b r a c e.
Essa fome imensa da vida tem lugar certo para morrer, e é em teus próprios braços e em tudo que acredita.
Seja mais generoso consigo. Aquiete sua criança interna quando ela fizer muito barulho. No fundo, o que ela – e todos querem – é um abraço pra chamar de porto e de seu.
O soro que entrará pelas suas veias não será mais potente se você tiver sido o último garanhão da madrugada, nem o tratamento para suas dores será mais eficaz se você tiver sido a última bem vestida da balada.
O valor da vida mora nas pequenas coisas.
Desacelera e relembre.