Comportamento

Morar sozinha não significa disponibilidade para transar

Transamos quando queremos, com quem queremos e em nossos apartamentos, inclusive. Mas morar sozinha não significa que estamos disponíveis para transar simplesmente por esse fator.

Sexo é bom, sexo é muito bom, sexo é bom demais. Poder transar com quem você quiser, quando você quiser, é melhor ainda. Sim, essa é uma das vantagens de morar sozinha, talvez a mais insignificante, mas é. E é esse detalhe – que talvez esse fator seja o mais insignificante das vantagens em morar sozinha – que boa parte dos homens ignoram quando uma mulher lhe conta que como companhia em sua casa, só tem ela mesma.

É como se existisse um código na frase “eu moro só”, que ao pronunciá-la, automaticamente boa parte dos interlocutores, lessem “Disponibilidade para transas avistada”. E de repente, todas as saídas terminam com o auto-convite para entrar e conhecer o apartamento. De repente, quem você mal conhece, te chama pra brincar de cozinhar e beber vinho na sua casa. De repente, não mais que de repente, pra quê motel, não é mesmo? Fazer a corte, desenvolver afeto e cumplicidade se tornam objetivos secundários quando se sabe uma oportunidade de terminar um beijo quente na cama disponível.

Não tenho nada contra transas em primeiros encontros, tampouco as pessoas que moram sozinhas aproveitarem essa liberdade de levar quem quiserem para suas respectivas casas. O que tenho preguiça é da intimidade que não existe que de repente pintam. Tenho preguiça dos atalhos pegos, dos rituais de conquista ignorados. Talvez isso signifique que estou ficando velha e careta. E pra falar a verdade, é mesmo. Eu ainda prefiro a caretice de me apaixonar, ou de sentir – no mínimo – um arrepio que sobe pela espinha e termina no peito, antes de abrir a porta da minha casa, e as pernas.

Uma mulher pode ser tão ninfomaníaca quanto qualquer homem, pra falar a verdade, boa parte de nós, somos. Faz parte da nossa conquista essa liberdade sexual. Mas, não custa nada, tentar conhecer primeiro a pessoa antes de conhecer-lhe a cama. Ao menos pra mim, é imprescindível a existência da confiança para que entrem porta adentro da minha vida. E com outras garotas também é assim.

Transamos quando queremos, com quem queremos e em nossos apartamentos, inclusive. Mas morar sozinha não significa que estamos disponíveis para transar simplesmente por esse fator.

Então, segurem os periquitos e as periquitas, porque com certeza, continuarão existindo amassos quentes, mas o jantar em residência, só acontecerá quando quisermos –e se quisermos.