Permita-se

O melhor que você consegue

Eu amo o trecho do discurso que Steve Jobs fez na Faculdade de Stanford que…

Eu amo o trecho do discurso que Steve Jobs fez na Faculdade de Stanford que diz: “Você não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só os conecta quando olha para trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se conectar no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa – sua garra, destino, vida, karma ou o que quer que seja”.

Independente da sua idade, tenho certeza de que inúmeras vezes você se questionou sobre o que acreditava ou sobre a maneira como se portava diante da vida. Com certeza já se martirizou por se portar como “bonzinho” demais, ou se culpou por oferecer aos que te amam menos do que acreditava que eles mereciam. Tenho certeza que não foram poucas também as vezes em que você pensou – e talvez tenha até desistido – de ser como é. Dá trabalho ser verdadeiro, e a vida, meu amigo, às vezes parece muito ingrata.

São anos semeando sem nunca colher, quer seja no amor ou na profissão. Tempos lutando por um sonho que sequer ainda acena no fim do túnel, e incontáveis vezes, tudo resolve dar errado de uma vez só. E esse texto hoje, abordando um assunto tão clichê e recorrente é só para te relembrar de acreditar em alguma coisa: Deus, universo, sua força interna, qualquer coisa, como já disse Steve Jobs.

É preciso entender duas coisas. A primeira é que em todo o tempo, todos os seres humanos estão fazendo o melhor que conseguem, mesmo os mais sacanas, mesmo a tiazinha mal educada do Centro de Atendimento Público. Todos, sem exceção, estão fazendo o melhor que conseguem, inclusive você. É claro que na maioria das vezes, todos nós poderíamos sermos melhores do que somos, nos esforçarmos mais, nos superarmos mais, oferecermos mais o nosso melhor. Mas nem sempre o peso da nossa própria existência nos deixa ser capazes de vermos que com um pouquinho de doçura, a vida pode ser melhor. Então, não seja tão duro com o mundo, não seja tão carrasco com você. Entender a dor que cada humano carrega nos olhos, nos faz ter temperança para alcançar o melhor da vida no pequeno desafio diário de viver bem as 24 horas de cada dia, que são únicas, ainda que todo dia o processo se repita.

A segunda coisa que é preciso entender e não se esquecer, é que um dia, todas as perguntas terão respostas, ainda que indiretas. Que todos os pontos farão sentidos. Que ao fim, ou no mínimo na metade da jornada, olharemos para trás e entenderemos como cada situação nos levou para onde deveríamos. Entenderemos os nãos da vida, veremos com clareza o porque de algumas mudanças e viagens terem ido para o buraco. Lá na frente, veremos como uma mudança adiada nos possibilitou, por exemplo, ficar perto do familiar querido antes de vê-lo partir. Nunca se sabe o que nos prende aqui. Nossa intuição sempre sabe onde está nos levando. Confie e se deixe conduzir.

Há esperança e compaixão nesse coração machucado. Abra o peito. Deixe o vento curar e levar o que pesa e reascender o seu melhor no lugar.

O melhor que você consegue é muito, ainda que pouco. Se aquiete e permita ser.