Tiramos a peneira do sol – Aprendam lidar com isso
Por falta de tempo, preguiça e até mesmo um compromisso cada vez mais forte com…
Por falta de tempo, preguiça e até mesmo um compromisso cada vez mais forte com o vento no rosto lá fora, quase não ando vendo TV. Mas, claro que mesmo sem ver TV, a internet me deu notícia sobre a suposta cena sexual homossexual que havia rolado em “Liberdade, liberdade” – que de sexo não teve nada.
Graças a Deus, tenho amigos bem iniciados na arte de viver, e pouco ou quase nada vi de comentários preconceituosos, feito que não percebi nos comentários das manchetes sobre o tema.
É clichê, é batido, mas ainda me causa graça versus raiva a dificuldade que o ser humano tem de lidar com o amor, com a aceitação do corpo e o sexo.
Para alguns ainda é inadmissível duas pessoas, independente do sexo, se apaixonarem, transarem, amarem.
Pra alguns ainda é anormal cuidar – e muitas vezes mal – da própria vida. Precisam opinar sobre a do outro. Precisam diminuir o outro, precisam reprimir o direito do outro.
Nossa sociedade é repleta de conceitos deturpados, que vai desde chamar um homem de sacana só porque ele deixou de sentir afeto/perdeu interesse, pelo seu atual rolo, a se indignar mais com uma cena de sexo homossexual que com uma cena de uma negra, escrava, apanhando em praça pública.
Não sabemos lidar com nossos estranhamentos, temos medo do novo e a maioria de nós se prende a padrões equivocados passados por uma cultura que precisa urgentemente ser revista.
Quando vi posts e posts falando sobre a cena de sexo entre os dois atores, eu realmente acreditei que havia acontecido algo ao menos parecido com uma transa. Mas quando fui ver a cena, só vi um beijo e cenas de carinho. Sequer movimento sexual rolou. Justo na emissora que mais paga peitinho feminino e até semi-nude frontal de homem em relação sexual, já foi exibido.
Eu poderia dissertar sobre hipocrisia, sobre os números de gays mortos por crimes homo afetivos todos os dias, sobre o direito de todos ao amor, ao afeto, ao reconhecimento da legitimidade de toda união. Mas eu vou nos poupar desse blábláblá que todos já deveriam saber de cor e me resumir:
Tiramos a peneira do sol. Aprendam lidar com a claridade do direito de amar e de viver que a todos pertence.