Olás

Tornar-se adulto é aprender dizer adeus

Viver é aprender dizer adeus. E também entender todos os olá’s disponíveis.

Tornar-se adulto é aprender dizer adeus

Dizer adeus faz parte da vida. É sinônimo do nascer. Nosso olá ao mundo é unido pelo cordão umbilical do adeus ao ventre.

E daí em diante, nossa lista de despedidas nunca mais para de crescer.

Ser adulto significa, basicamente, aprender lidar com isso.

De brinquedos à comida na boca, de compreensão por erros ingênuos à responsabilização pela própria vida, de roupa passada à contas a pagar. Viver é uma sucessão de adeus. De conscientização que aqui, agora, é realmente a única coisa que temos.

Essa semana, em meio a uma faxina, alguns amigos me ligaram avisando que estavam na porta. A casa estava uma bagunça, mas claro, não me importei em abrir a porta e os convidei a entrar. E logo pensei: porque não nos importamos em receber amigos mesmo quando nossa casa está bagunçada, mas nos negamos a receber o amor se tudo não estiver em ordem? E o que isso tem a ver com ser adulto e dizer adeus, né? A resposta é t u d o.

Vivemos esperando o momento certo, a hora certa, a roupa certa, o peso certo pra sermos isso, aquilo, aparecermos em uma foto, fulano de tal nos ver e assim por diante. Esperamos a perfeição dos momentos, ou ao menos um pouco de equilíbrio próprio pra lidar com as situações, com as pessoas, com a vida. E esse momento, meus amigos, nunca virá. Porque a cada desistência, é um adeus que dizemos ao que poderia ter sido, à oportunidade que se foi no segundo que passou.

Viver é aprender dizer adeus. E também entender todos os olá’s disponíveis.

Não temos um roteiro certo. Às vezes algumas reações revoltosas acabam se tornando padrões de comportamento defensivo, porque simplesmente, não tivemos a capacidade de compreender o que o adeus e olá que os sentimentos provocados, vieram mostrar.

Não espere a casa estar organizada pra receber o amor. É bonito na teoria, mas na prática, nunca funcionou. Dê aí aquele abraço generoso em si e aceite os adeus e olá’s que todos os dias, a vida lhe reserva.