Bola Preta abre carnaval do Rio comemorando 102 anos com milhões de foliões
Inspirador da famosa marchinha "Quem não chora, não mama", o Bola Preta comemora 102 anos
O Cordão do Bola Preta, bloco carnavalesco mais antigo do Brasil, já está na rua arrastando uma multidão nesta manhã nublada no Centro do Rio de Janeiro, tendo à frente a atriz Leandra Leal e o cantor Neguinho da Beija-Flor, padrinhos do único remanescente dos antigos cordões carnavalescos da década de 1920 da cidade.
Inspirador da famosa marchinha “Quem não chora, não mama”, o Bola Preta comemora 102 anos e atrai também outros famosos, como as atrizes Paolla Oliveira e Emanuelle Araújo, todos seguindo o tradicional figurino preto e branco.
Conta a lenda que o nome do bloco foi inspirado em uma mulher muito bonita que passou pelos fundadores do Bola Preta – uma dissidência do Clube dos Democráticos – usando um vestido de bolas pretas.
Atualmente, mais de 2 milhões de pessoas participam do desfile do “Bola”, que além do preto e branco arrasta milhares de fantasias criativas como um grupo que incorporou o “azul caneta” da música que viralizou nas redes sociais, e outro formado por amigos que também inspirados pela internet não gastaram muito para sair de “manda nudes”, com apenas uma tarja reproduzindo pixels em frente à sunga.
O Bola Preta se intitula “o maior bloco do mundo” e concorre pelo título todo ano com o Galo da Madrugada, que também sai no sábado, no Recife (PE). Mas somente o bloco nordestino conseguiu ser incluído no Guinness World Records.
Escangalha
Na mesma hora do desfile do Bola Preta, o bloco Escangalha desfila no Jardim Botânico, na zona sul da cidade. O bloco completa 13 anos e só toca sambas-enredo. Este ano, o tema do bloco foi inspirado em uma série de livros organizados por Fábio Sabato e outros historiadores para contar a história do samba na cidade e dividiram as escolas de samba de acordo com a idade.
“As matriarcas são Portela, Mangueira, Império Serrano e Salgueiro; as “Titias” são Estácio de Sá, Vila Isabel e Unidos da Tijuca; “As três irmãs”, que chegaram na década de 1970, Beija-Flor, Imperatriz Leopoldinense e Mocidade Independente de Padre Miguel; e as “Primas sapecas”, que mesmo sem dinheiro conseguiram conquistar espaço, União da Ilha, São Clemente e Caprichoso de Pilares. Por último, a filha única Grande Rio, que não aparece nos livros de samba pesquisados.
O bloco vai cantar sambas de todas essas agremiações durante o desfile, prometem os organizadores nas páginas sociais do Escangalha.
Ainda nesta manhã, na orla de Copacabana milhares de pessoas vão acompanhar o “Empolga às 9”, um bloco também bem conhecido na cidade e que é caracterizado por reunir fantasias muito criativas e tocar músicas de vários gêneros. Além do samba, o Empolga costuma tocar frevo, maracatu, funk, entre outros ritmos
No Aterro, que vai do Centro à zona sul da cidade, o bloco Amigos da Onça também já agita desde às 9h os foliões com fantasias inspiradas na pele do animal e que tocam de marchinhas desde Mamonas Assassinas passando pelo axé baiano. Uma das principais atrações são os integrantes em pernas de pau, que aproveitam o grande espaço do Aterro para fazer performances ao som da banda de sopros e percussão.