CULTURA

Celebrações marcam 150 anos da morte de Veiga Valle em Goiás e Pirenópolis

Celebrações ocorrerão de 22 a 27 de janeiro

Foto: Reprodução/Secult

As comemorações dos 150 anos da morte de José Joaquim da Veiga Valle, grande escultor goiano do século 19, estão programadas para iniciar em 21 de janeiro em Pirenópolis, sua cidade natal. A 1ª Semana Veiga Valle será inaugurada com a exibição do filme “Passos da Tradição”, de Carlos Cipriano, às 14h, no Cine Pireneus. O evento incluirá cortejo, missa na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, recital e serenata pelas ruas.

Na cidade de Goiás, as celebrações ocorrerão de 22 a 27 de janeiro, com a abertura na Igreja São Francisco de Paula, às 20h, apresentando a exposição Veiga Valle da fotógrafa Karina Carvalho. 

A programação inclui visita guiada ao Museu de Arte Sacra da Boa Morte, missas, serenatas e uma mesa-redonda com destacados pesquisadores da obra de Veiga Valle.

A Venerável Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos, à qual Veiga Valle pertencia, é a responsável pela iniciativa, com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás). Em 9 de dezembro, foi lançado o selo do sesquicentenário de Veiga Valle por Achkar Petrillo, durante uma missa na Igreja São Francisco de Paula, seguido pela abertura da Exposição a Céu Aberto, com fotografias das obras do artista por Paulo Rezende e curadoria de PX Silveira, que continuará até o 2º semestre.

Artista Barroco goiano

Nascido em 9 de setembro de 1806 no Arraial da Meia Ponte, hoje Pirenópolis, Veiga Valle desenvolveu suas habilidades artísticas de forma autodidata, destacando-se principalmente na escultura de santos. A visibilidade de seu trabalho começou por volta de 1830, quando uma de suas esculturas do Divino Pai Eterno ganhou destaque entre os devotos. Ele é o autor da obra presente no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO).

Em 1841, Veiga Valle mudou-se para a cidade de Goiás, dedicando-se à douração dos altares da Igreja Matriz e, posteriormente, às esculturas sacras.

Faleceu em 24 de janeiro de 1874, mas a verdadeira notoriedade de suas obras veio décadas depois, com catalogações e exposições, incluindo no Museu de Arte de São Paulo (MASP – 1978).

Veiga Valle é considerado o principal artista barroco goiano e destaque na arte sacra de Goiás, sendo comparado a figuras como o “Aleijadinho goiano” e o “Fra Angelico brasileiro”, conforme registra Fernando Martins dos Santos em sua dissertação de mestrado sobre o artista. Mais de 200 de suas obras estão no Museu de Arte Sacra da Boa Morte, e outras estão dispersas entre colecionadores e familiares de devotos que as adquiriram durante sua vida.