Centro Cultural Octo Marques apresenta exposição “Minha Vida está aqui – Saída Cunha e sua coleção”
Mostra será aberta nesta quinta-feira (21)
O Centro Cultural Octo Marques inaugurará no dia 21 de setembro, às 19 horas, a exposição “Minha vida está aqui” – Sáida Cunha e sua coleção. A mostra ficará em cartaz até o dia 05 de novembro de 2023.
“Minha vida está aqui” – Sáida Cunha e sua coleção apresenta o conjunto de 82 trabalhos, sendo 17 obras da artista Sáida Cunha, 22 de Nazareno Confaloni (artista mais representado na coleção) e 43 obras de autoria de outros 15 artistas, pertencentes à sua coleção particular: Amaury Menezes; Ana Maria Pacheco; Antônio Poteiro; Cirineu de Almeida; Cléa Costa; Cleber Gouvêa; Dinéia Dutra; D.J. Oliveira, Elder Rocha Lima; Goiandira do Couto; Iza Costa; Laerte Araújo; Roos; Siron Franco; Tai Hsuan-An.
Assinada por Divino Sobral, a curadoria faz um recorte na coleção. Mostra o desenvolvimento da pintura de Sáida Cunha desde a época em que fora estudante na Escola Goiana de Belas Artes, influenciada pelo ensino e pelas obras de Nazareno Confaloni e de D.J. Oliveira, passando pela produção dos anos 1980 e chegando até a segunda metade da década de 1990, período que sua pintura estabeleceu diálogos com a produção de Amaury Menezes. A artista plástica e professora Sáida Cunha foi responsável pela formação de milhares de estudantes que foram seus alunos nos ateliês de desenho da Escola Goiana de Belas Artes, onde formou-se e depois tornou-se professora em 1964, e da Faculdade de Arquitetura da UCG, onde atuou de 1971 até sua aposentadoria compulsória em 2012. Nesses ambientes, conviveu próximo a mestres do modernismo goiano e a artistas de destaque da primeira geração formada em Goiânia, e ainda jovem tornou-se colecionadora de obras de arte, formando ao longo de décadas um acervo de relevância.
O título da exposição, “Minha vida está aqui”, provém de uma fala da própria Sáida Cunha, dita no momento da seleção curatorial, e demonstra a profunda intimidade e autoidentificação que ela mantém com o conjunto das obras. O recorte de obras selecionadas para a exposição, permite ver tanto um pouco da história de vida e da personalidade de Sáida Cunha, quanto um painel da produção goiana, principalmente daquela associada às escolas de arte e de arquitetura, de derivação modernista e mais assimilada pelo mercado local.
A exposição é uma forma de agradecer a valiosa contribuição de Sáida Cunha e, ao mesmo tempo, celebrar os 70 anos do início de funcionamento da Escola Goiana de Belas Artes, que foi criada em 1952 e começou suas atividades letivas em 1953. Escola esta que, anos depois, deu origem à Faculdade de Arquitetura da Universidade Católica de Goiás (atual Pontifícia Universidade Católica de Goiás). Segundo o curador: “Sáida Cunha integrou o corpo das duas instituições e tanto sua obra quanto a sua coleção refletem as linguagens articuladas pelos artistas que nelas atuaram: a EGBA engajada no modernismo de retorno à ordem e na caracterização da paisagem humana e natural de Goiás, e a Faculdade de Arquitetura da UCG compromissada com a estética de cunho naturalista e mais tradicional”.
A curadoria destaca na coleção de Sáida Cunha questões importantes que atravessaram a produção de arte em Goiás: o gosto pelo aspecto artesanal desenvolvido pela oficina goiana; a valorização do retrato e da identificação psicológica e social do sujeito; a representação dos temas religiosos tutelados principalmente pelo catolicismo, sob forte influência de Nazareno Confaloni; a representação das paisagens do centro e dos arrabaldes da cidade ou da zona rural associada à pintura feita ao ar livre e a busca pela luz, pela cor e pela identidade local; o importante trabalho dos artistas professores na gênese do sistema de arte em Goiás. A curadoria é Divino Sobral e a produção executiva, de. Marcílio Lemos