TRAJETÓRIA

Quem é Maria Guilhermina, autora da escultura que caiu em lago do Parque Flamboyant

Artista plástica é uma das pioneiras de Goiás

Autora da escultura que está submersa no lago do Parque Flamboyant, Maria Guilhermina Gonçalves Fernandes, tornou-se conhecida internacionalmente por seu talento em transformar pedra em arte. Nascida em Conquista, no interior de Minas Gerais, a artista plástica vivia uma vida de aventuras ao transitar entre as zonas rurais de Minas Gerais e Goiás em uma “infância livre e criativa”. É assim que a Prefeitura de Goiânia destaca parte da trajetória da artista numa biografia resumida disponível no site oficial.

A artista plástica foi convidada pelo ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende Machado a construir uma obra flutuante com dois pássaros formando um coração. É um dos ornamentos mais destacáveis do Parque Flamboyant que desde o dia 2 dezembro não foi mais vista. Uma força-tarefa composta pelo Corpo de Bombeiros, Agência Municipal de Meio Ambiente e Secretaria de Cultura se movimenta nas buscas.

A obra foi inaugurada, junto com o Parque, em 2007, numa solenidade que durou três dias na qual Iris Rezende promoveu uma série de atividades. Foi oficina de artes e pinturas, apresentação circense culminando em duas apresentações gratuitas da dupla sertaneja Gino e Geno e da baiana Daniela Mercury, num fim de tarde do dia 18 de setembro.

A artista plástica contou em entrevista ao jornal O Popular, em 2018, que foi necessário um guindaste para colocar a peça em seu ateliê de tão pesada que era. Aproximadamente 13 toneladas. Quando ficou pronta, outro guindaste precisou iça-la por cima do muro porque não passava pelo portão”, pontuou. À época ela tinha 87 anos. Ela também revelou que teve três meses para fazer a obra à pedido de Iris Rezende Machado. “Como ele não falou sobre o tema, fiz dois pássaros vigilantes do lado”, destacou.

Mineira, Maria Guilhermina fixou-se em Goiás e teve sua arte exposta internacionalmente

Maria Guilhermina aprendeu com sua mãe os rudimentos da modelagem e sempre em contato com a natureza observou, pesquisou, criou e modelou queimando suas peças nos grandes fornos da olaria, onde trabalhava seu pai, às margens do Rio Meia Ponte – Goiânia-Goiás. Seu pai era oleiro: fazia tijolos e telhas para a construção da nova capital de Goiás: Goiânia. Antes que Goiânia-Goiás tivesse uma escola de artes, Maria Guilhermina já manifestava seu interesse em aprender desenho, pintura e escultura. Assim é que em 1952, esteve expondo seus trabalhos em Goiânia, o pintor alemão, Udo Horst Knoff. 

A artista plástica foi sua aluna particular e não parou mais. Ela tornou-se uma aluna pioneira na recém-criada Escola de Belas Artes da Universidade Católica e foi uma discípula do professor alemão Gustav Ritter. Participou em 1972 da Bienal Nacional de São Paulo – Brasil. 1o. Prêmio e medalha de ouro no: Salão Nacional Universitário de Arte de Belo Horizonte – Minas Gerais, Brasil, em 1959, ano de conclusão do seu curso superior. Sempre trabalhou intensamente participando doa principais salões do Brasil e do exterior conquistando dezenas de prêmios. 

Em 1963, a Universidade Federal de Goiás encampou o curso dando prosseguimento ao ensino de nível superior de Belas Artes do qual Maria Guilhermina foi coordenadora, co-fundadora e professora durante 33 anos, fez concurso público de provas e títulos, obtendo o 1o. lugar em 1975. 

Jamais deixou de criar e executar suas obras em pau-brasil e estatística que estão pelo mundo todo, inclusive com Prêmios internacionais. Em 1986, obteve bolsa de estudos do CNPq para mestrado e doutorado em Paris na França, onde residiu por 5 anos tendo realizado várias e notórias exposições em vários países. Concluiu o mestrado na L’aniversité de Paris VIII Saint Denis e o Doutorado na L’aniversité de Paris I – Santhéon Sorbonne em 1998, com a menção “Trés 

Honorable”. Retornou ao Brasil e assumiu novamente a cadeira de escultora no Instituto de Belas Artes da Universidade Federal de Goiás.