DIA DO CIRCO

Em comemoração ao Dia do Circo, artistas falam sobre sentimentos e experiências da arte

Entrevista exclusiva com palhaços traz opiniões sobre a arte de fazer sorrir

Fernando Fernandes, conhecido como Palhaço Potato, do Mirage Circus (Foto divulgação)
Fernando Fernandes, conhecido como Palhaço Potato, do Mirage Circus (Foto divulgação)

Em comemoração ao Dia do Circo, celebrado em 27 de março, o Mais Goiás conversou com importantes artistas circenses que dedicam suas vidas à arte de entreter e divertir. Como maior símbolo do circo desde o início, o palhaço é o grande responsável por levar alegria aos espectadores de todas as idades. Por isso, três deles foram entrevistados e falaram sobre a profissão.

O goiano Rodolfo Metroviche dos Santos, de 41 anos, que se dedica ao circo como palhaço desde pequeno, está na 4ª geração circense, e seu filho, na quinta. “Eu nasci e me criei no circo, também me casei lá. Somos da tradicional família Metroviche”, revela.

A história da família de Rodolfo começou na Itália, quando seu bisavô iniciou apresentações ao lado de uma macaquinha chamada Chita. O artista compõe a trupe “Chocolate e Pimentinha Show”, que leva alegria por onde passa, com apresentações itinerantes. Questionado sobre qual é o sentimento de oferecer diversão para as pessoas, o artista comenta que é gratificante, “uma sensação de amor e gratidão ao próximo”.

Apesar de viver totalmente de sua arte, Rodolfo acredita que ainda falta muito incentivo, organização e recurso público para que o circo se torne ainda maior e mais valorizado.

“Palhaçaria e palhaçada, um mundo de alegria e muita coisa engraçada”, define Manoel Alves de Jesus sobre a arte de fazer sorrir.

Manoel Alves de Jesus, mais conhecido como Sapeca Sevla ou Mr. Eco Sapeca, também vive inteiramente da arte circense, além de artesanato, arte-educação e produção cultural, mas tudo isso ligado ao circo. Ele atua no universo do entretenimento desde os anos 80 e define os palhaços como “excêntricos, fora do eixo com as peripécias e presepadas”.

O artista do grupo Asas de Picadeiro revela que, no final, tudo acontece pela alegria das pessoas. “Eu me sinto feliz e iluminado por proporcionar o bem da vida. O desafio de entrar no picadeiro e despertar um sorriso me leva ao paraíso”, confessa.

Apesar de fazer sorrir, Manoel comenta que já aconteceu de estar triste antes das apresentações, mas que ainda assim, no picadeiro é onde a magia surge. “Quando a gente atravessa a cortina e pisa no picadeiro, tudo passa, esquecemos as dores e o mundo vira um jardim de alegrias e flores! Nos conectamos de imediato com as boas energias das pessoas e do jogo brincante que levamos para a cena interativa (…). Em nossos momentos difíceis, muitas vezes, o palhaço esquece de si para fazer alguém sorrir! O que vemos para além do nosso nariz é para fazer um mundo mais feliz”, ressalta.

Quando questionado pelo Mais Goiás sobre o atual cenário da palhaçaria no Brasil, o artista acredita que ela nunca sai de moda. “A arte da palhaçaria é uma linda e expansiva diversidade inspiradora. A palhaça ou o palhaço sempre estão na moda. É arquétipo! É lendário e milenar!”, considera.

“A memória afetiva que as pessoas têm com o circo é algo que nenhum outro segmento cultural pode superar”, acredita Fernando Fernandes, artista do Mirage Circus.

Segundo Fernando Fernandes, conhecido como Palhaço Potato do Mirage Circus, o circo proporciona uma experiência que nenhuma outra arte ou cultura é capaz de proporcionar. Especialista em levar alegria ao público, o artista de 30 anos já está na 5ª geração circense, um universo que o compõe desde que nasceu.

Em constante turnê pelo Brasil junto com o circo do ator Marcos Frota – Mirage Circus, Fernando acredita que ser palhaço é a melhor profissão que existe. “Não há palavras para descrever o sentimento de levar alegria e a arte circense para o Brasil inteiro. É a melhor profissão do mundo e agradeço a Deus por ter me colocado nessa função”, celebra.

Ao Mais Goiás, o artista revelou que a qualidade do circo é indispensável para manter o público apaixonado pela arte. “Quando temos um circo de qualidade como o Mirage Circus, que supera de maneira impecável toda essa expectativa, a resposta do público é imediata. Isso mostra que o público ainda ama o circo como sempre amou”, finaliza.