NACIONAL

Em março, estreia documentário sobre drama das gestantes de Noronha

Com direção de Joana Nin, o documentário "Proibido Nascer no Paraíso" relata a situação das gestantes de Noronha, que são encaminhadas a Recife para dar à luz

(Foto: Divulgação)

Com estreia prevista para o dia 11 de março (quinta-feira) nos cinemas, o documentário “Proibido Nascer no Paraíso” narra sobre os vários dramas enfrentados pelas gestantes de Noronha.  Elas não contam com nenhum suporte para a realização do parto na ilha e são obrigadas a irem até Recife, 12 semanas antes de darem à luz.

A iniciativa da produção partiu da diretora e documentarista Joana Nin, que em sua primeira visita a Fernando de Noronha escutou a frase “Aqui é proibido nascer”. A fala reverberou em seus pensamentos por algum tempo, até que decidiu investigar a situação.

Foi aí que ela descobriu que as mulheres grávidas são levadas para a capital de Recife, já que o hospital localizado na ilha não realiza procedimentos obstetrícios há quase 20 anos.

Conversando com pessoas da comunidade, entendi que quem vive lá há muitos anos acredita que os nascimentos foram suspensos para evitar que estes bebês reivindiquem direitos no futuro. Como as terras são públicas, os terrenos não podem ser oficialmente vendidos“, conta Joana.

A partir da indignação da própria diretora, nasceu a ideia de produzir “Proibido Nascer no Paraíso”, produzido pela Sambaqui Cultural e lançado pela Boulevard Filmes.

Rodado entre 2017 e 2019, o documentário acompanha três gestantes de famílias tradicionais da ilha – Ione, Harlene e Babalu, cujo único desejo é dar à luz no lugar onde moram, perto de seus familiares.

O número de gestantes é pequeno para a abertura de uma maternidade, e nem todas as grávidas querem ficar. Mas não seria possível manter uma sala de parto – como existiu até 2004 – com atendimento obstétrico e uma emergência geral melhor aparelhada?”, indaga a diretora.

Ela explica ainda que, após muito conversar com os moradores locais, a mentalidade observada é a de que as coisas “são assim porque são, e que não se pode mais mudar”. Apesar disso, ela acredita que o documentário “Proibido Nascer no Paraíso” tem o poder de sensibilizar e transformar essa realidade.

O lançamento do documentário foi planejado para este mês, após uma série de campanhas de impacto sobre o tema. A ideia foi construir uma rede de apoio para potencializar a divulgação do filme, fazendo com que tenha maior alcance público.