Festival de Culturas Surdas tem programações artísticas e mesas de conversa
As mesas debatem diferentes expressões da comunidade surda, com apresentações de vídeo poesias
Tem início nesta segunda-feira (09) e segue até sexta-feira (13), mais uma edição do Festival de Culturas Surdas, realizado pelo Itaú Cultural. Com apresentações artísticas e cinco mesas de conversa, o tema deste ano é a multicuturalidade.
A transmissão acontece pelo canal da instituição no YouTube, sempre às 19h, apresentando as diversas culturas existentes dentro da comunidade não ouvinte e nas diferentes maneiras de ser surdo.
As rodas de conversa apresentadas no festival serão mediadas por Edinho Santos, poeta surdo, slamer e educador no Itaú Cultural. Vale mencionar que tudo terá tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), além de legendas e interpretação para o português.
O principal objetivo do Festival de Culturas Surdas é incentivar o reconhecimento e protagonismo dessa comunidade, que ainda enfrenta inúmeras barreiras e falta de acessibilidade nos mais diversos contextos no país.
Programação do Festival de Culturas Surdas
Vídeo poesias
As vídeo poesias são uma linguagem artística bastante presente entre a comunidade, que utiliza recursos do audiovisual para incrementar a apresentação de uma poesia em língua de sinais.
Assim, o recurso também integrará a programação do festival, na abertura e encerramento de cada mesa de conversa e, posteriormente, ficando disponível também no site do Itaú Cultural até o dia 22 de agosto.
Os trabalhos serão apresentados pela poeta e professora Renata Freitas e o Coletivo Mão Dupla, que transita entre a língua de sinais e as artes visuais.
O grupo é formado por artistas surdos e ouvintes que desenvolvem uma pesquisa e prática artística por meio da visualidade.
Utilizando elementos como animação, jogos de sombra e objetos, o gruoi apresentará histórias em poesia visual.
Mesas de debate
A primeira mesa será realizada hoje (09), a partir das 19h, abordando o tema “Línguas de Sinais Indígenas”, que fala sobre a realidade do surdo indígena, que se expressa de diversas maneiras.
Amanhã (10), a mesa discute o tema “Surdos que ouvem”, que visa desmistificar a ideia de que todo surdo precisa se comunicar pela língua de sinais, Libras.
Há várias pessoas que preferem usar o português e que até mesmo conseguem ouvir, com o apoio de aparelhos auditivos ou implante coclear. Há ainda aqueles que preferem fazer leitura labial, ou utilizar as legendas.
A terceira mesa acontece na quarta (11), abordando a “Negritude Surda”, explorando a interseção entre racismo e preconceito contra a pessoa surda.
Na quinta (12), é a vez de debater sobre “Surdos LGBTQIA+”, onde os convidados falam sobre as dificuldades de conviver com as duas realidades, e como as transformam em arte, atuação política e poesia.
A conversa acontece entre Kitana Dreams, drag queen surda, digital influencer, youtuber e maquiadora; Pietra Simon, mulher trans e surda, coordenadora municipal adjunta de representação da Aliança Nacional LGBTQI+; e
Yanna Porcino, artista surda, poetisa e desenhista, graduada em Letras-Libras pela UFPE.
O encerramento do festival acontece na sexta-feira (13), apresentando a mesa “Mulheres Surdas e Feminismo”, onde a surdez e o machismo são explorados por três mulheres militantes, que convivem em meio às duas situações.
A mesa apresenta Nayara Silva, mãe de duas crianças ouvintes, preta, surda, poeta no Slam Corpo, MC, performer, atriz, cofundadora do grupo Ramarias e contadora de histórias;
Victoria Pedroni, militante do feminismo surdo, graduada em Letras-Libras, pela Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC) e mestranda pela mesma instituição.
Gabriela Grigolom, ativista, atriz, surda, poeta, slammer e feminista negra.
Serviço
Festival de Culturas Surdas acontece nesta semana
Quando: 9 a 13 de agosto (segunda a sexta)
Onde: canal do Itaú Cultural no YouTube
Horário: sempre às 19h
Acesso: gratuito
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