PERFORMANCE

Projeto online apresenta ‘Os Desastres da Guerra’, inspirado em gravuras de Goya

Com transmissão livre e gratuita para todo o Brasil, a performance aborda os horrores da guerra

Os Desastres da Guerra (Foto: Divulgação/ Matheus Jose Maria)

No dia 16 de julho (sexta-feira), o artista Nuno Ramos estreia a performance Os Desastres da Guerra, que será apresentada de forma online e gratuita, com três episódios. No formato de “quadros-vivos”, o trabalho é inspirado na série de gravuras homônimas do espanhol Francisco de Goya, com 82 imagens realizadas entre 1810 e 1815, onde o pintor retratou a fome, miséria e violência durante a Guerra Peninsular.

As apresentações acontecem diretamente do Sesc Vila Mariana, em São Paulo. Apesar disso, o objetivo é levar a performance para todos os cantos do Brasil, para que mais pessoas tenham acesso à arte e também a um pouco de história.

A transmissão será realizada nos dias 16, 17 e 18 de julho (sexta a domingo), às 20h30 (com exceção do domingo, que acontece às 17h), pelo canal do Sesc SP no YouTube e também pelo Instagram @sescaovivo, além das redes do Sesc Vila Mariana.

No mesmo período, o Sesc também abre inscrições para que o público participe do monumento “CHAMA”, que será um memorial em homenagem às vítimas da Covid-19, com transmissão pelo site do projeto.

Sobre “Os Desastres da Guerra”

Chão-Pão
A Extinção é Para Sempre (Foto: Divulgação/ Matheus Brant)

Nuno Ramos desenvolveu um trabalho de performance para encarnar “Os Desastres da Guerra”, onde as obras de Goya se transformam em quadros-vivos. São diversos artistas em cena, que recriam ao vivo as imagens do pintor espanhol, ao mesmo tempo em que interpretam cinco depoimentos sobre os casos de miséria e violência do estado brasileiro.

Os relatos abordados são reais, como os casos de chacina e terror ocorridos em locais como Complexo da Maré e a comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro.

Um destaque singular para a peça fica por conta de um elemento sonoro. Todos os depoimentos foram transpostos para o braile e, então, relidos como partituras musicais.

Pensando na acessibilidade para todos os públicos, assim, os depoimentos quase impronunciáveis contados pelo elenco, também são acompanhados por transposição em braile, projetada nas paredes e também por sua interpretação musical, tocada ao vivo.

Segundo Nuno Ramos: “a gente achou uma espécie de musicalidade rigorosa e científica da palavra através do braile. Eu senti que o texto era violento demais, e o braile o torna mais precioso, mais difícil de entender“, conta.

O artista ainda completa: “o espetáculo é uma tentativa de deslocamento, para várias linguagens, desse acesso quase impossível à violência civil do país, que é uma coisa que vem da nossa formação mesmo. Para vocalizar isso, precisei de várias instâncias mediadoras, que vão se distorcendo umas às outras. E o trabalho virou uma espécie de reza, uma litania, um murmúrio“, finaliza.

A obra CHAMA

Os Desastres da Guerra de Nuno Ramos inspirado em Goya
Projeto CHAMA (Foto: Divulgação/ Eduardo Ortega)

Além de “Os Desastres da Guerra”, inspirado no trabalho de Goya, Nuno Ramos também apresenta a obra “CHAMA”, que integra o projeto “A Extinção É Para Sempre”. A obra foi inaugurada em maio, como uma espécie de monumento virtual de luto, em homenagem às vítimas da Covid-19.

Com uma chama eterna e ininterrupta, a obra permanecerá acesa durante um ano e está aberta a colaborações de pessoas públicas ou anônimas, artistas, coletivos ou instituições de todas as partes do mundo.

Por meio do formulário de inscrição disponível no site do projeto (clique aqui) o público opta por uma data e horário para transmitir sua chama, que pode ser produzida da forma que preferir e transmitida ao vivo pela plataforma do projeto.

Serviço

Sesc apresenta “Os Desastres da Guerra”

Quando: 16 a 18/7

Onde:

Horário: sexta e sábado, às 20h30 | domingo, às 17h

Acesso:

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