PESQUISA CIENTÍFICA

Capes cria mais 850 bolsas para pesquisas em pandemias

Iniciativa criará soluções específicas de alto nível para epidemias

Grupo da USP identifica sete medicamentos com potencial para serem testados contra o coronavírus (Foto: Lucas Landau)

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou hoje (15) que oferecerá mais 850 bolsas de pós-graduação para pesquisadores interessados em desenvolver produtos e soluções relacionados à pandemias. A iniciativa é a segunda etapa do Programa Estratégico Emergencial de Prevenção e Combate a Surtos, Endemias e Epidemias, inaugurado em abril de 2020, e que ofertou 1.750 vagas para cursos de pós-graduação por meio de edital.

“[Os programas de pós-graduação em saúde] são muito estratégicos para o país, a exemplo do papel que podem desempenhar diante da epidemia que atravessamos”, afirmou o presidente da Capes, Benedito Aguiar. O presidente acredita que o financiamento de profissionais especializados é “fundamental na contribuição da saúde coletiva e prevenção de doenças infecciosas em geral, que afetam há anos o Brasil.”

A distribuição das bolsas tem objetivos específicos. Das 850 vagas disponíveis, 300 serão destinadas às áreas de ciências exatas, engenharia, tecnologias e cursos multidisciplinares. De acordo com a Capes, essas bolsas vão financiar estudos sobre desenvolvimento de novas tecnologias de segurança sanitária e hospitalar, novas soluções e formas de produção de equipamentos de proteção individual (EPIs) e métodos de monitoramento, análise e mapeamento de surtos. A abertura dessas 300 novas vagas marca o fim da primeira etapa do programa.

As 550 bolsas remanescentes farão parte da segunda etapa planejada pela Capes, mas que já conta com dois editais publicados. O primeiro processo seletivo busca pesquisadores na área de fármacos e imunologia. O segundo busca soluções inovadoras em telemedicina e análise computacional de dados médicos.

Combate ao vírus

Para fármacos e imunologia, a Capes reservou 35 projetos, cada um com 10 vagas para pesquisadores, no total de 350 vagas. Os 35 projetos estão divididos em seis áreas de pesquisa: protótipos de fármacos antivirais, desenvolvimento de vacinas e produtos imunobiológicos, estudos e desenvolvimento de testes rápidos para o novo coronavírus, detecção da doença em animais e as inter-relações com humanos, ensaios in vitro para o estudo do SARS-CoV-2 e reposicionamento de fármacos.

Telemedicina

As bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado do segundo edital serão destinadas à pesquisa de formas de atendimento remoto e monitoramento em larga escala de epidemias e pandemias. São 200 bolsas que serão divididas entre 22 projetos. As pesquisas devem criar sistemas de atendimento médico remoto, softwares de processamento de imagens e de interpretação de exames (tomografias, raios-x, ultrassom), ferramentas de análise de dados com uso de inteligência artificial e técnicas de controle e prevenção de epidemias.