Governo de Goiás suspende aulas na rede estadual de ensino
Nos últimos dias a paralisação do transporte rodoviário prejudicou o sistema do transporte escolar. Medida tem como objetivo garantir a todos os alunos o direito de acesso ao ensino
O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), divulgou nesta segunda-feira (28), uma portaria decretando recesso nas escolas da rede estadual de ensino a partir de terça-feira (29). A decisão foi tomada pelo governador José Eliton e tem o objetivo de garantir a todos os alunos o direito de acesso ao ensino.
Nos últimos dias a paralisação do transporte rodoviário prejudicou o sistema do transporte escolar, uma vez que falta combustível para abastecer os ônibus que levam boa parte dos alunos às escolas. A greve dos caminhoneiros também afetou o deslocamento de alguns professores para regiões de difícil acesso.
O recesso surgiu como alternativa viável de proteger os alunos que estão sem condições de comparecer às aulas. A decisão do Governo de Goiás ganhou ainda mais força depois que as manifestações pelas rodovias entraram no 8º dia. A continuidade da paralisação tende a aumentar o número de ônibus escolares desabastecidos, prejudicando um número ainda maior de estudantes. Para evitar o agravamento da situação, o Governo optou pela publicação da portaria.
Desde a última sexta-feira (25), a paralisação afetou a rotina de 311 escolas espalhadas por 17 municípios: Campos Belos (16), Catalão (8), Cidade de Goiás (14), Inhumas (28), Itaberaí (13), Itapaci (21), Itapuranga (15), Itumbiara (23), Jussara (24), Morrinhos (17), Piracanjuba (22), Piranhas (20), Pires do Rio (21), Planaltina de Goiás (18), Santa Helena de Goiás (15), São Luís de Montes Belos (23) e São Miguel do Araguaia (13).
O mau funcionamento do sistema de transporte escolar, causado pela falta de combustível, gerou ainda mais prejuízos nesta segunda-feira. Além das escolas já citadas, outras 141 unidades escolares precisaram paralisar as aulas de hoje pela ausência de grande parte dos alunos matriculados. São elas: Águas Lindas (25), Jataí (24), Novo Gama (26), Palmeiras de Goiás (1), São Miguel do Araguaia (2), Rio Verde (24), Faina (3), Aruanã (02), Iporá (25) e Caldas Novas (9).
A alternativa de recesso permite à Seduce reorganizar o calendário escolar. Desta forma, as aulas suspensas por causa da paralisação não serão perdidas. Ou seja, haverá reposição plena, cumprindo o ano letivo estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC), que este ano prevê 200 dias de aula. As datas para reposição serão definidas pela Seduce, em parceria com as Coordenações Regionais de Educação, Cultura e Esporte (Creces), respeitando a agenda de cada região e adaptando tais dias às necessidades dos alunos, de forma que todos possam participar.
Nesta semana ocorre, ainda, um recesso em 139 escolas de Goiânia. Nesse caso, trata-se de uma medida já prevista no calendário escolar, e que não tem nenhuma relação com a paralisação do transporte rodoviário. O recesso nessa região está dentro do cronograma do ano letivo de 2018 e não causará nenhum prejuízo aos alunos, uma vez que a reposição foi antecipadamente programada.
Funcionamento
A maioria das escolas e faculdades de Goiás manteve suas atividades nesta segunda-feira (28). No entanto, algumas instituições de ensino suspenderam as aulas devido a falta de combustíveis que assola boa parte das cidades do interior goiano. Outras funcionaram, mas recomendaram flexibilização de presença e não aplicaram atividades avaliativas aos alunos.
O Instituto Federal de Goiás (IFG) informou que as aulas estão suspensas nos campus de Formosa e Valparaíso, no Entorno do Distrito Federal, desde a última sexta-feira (25) e que nesta segunda-feira, os campus de Formosa, Itumbiara e Jataí também paralisaram as aulas. A assessoria do instituto informou que nos demais campus estão mantidas as atividades administrativas, assim como na Reitoria.
Já a Universidade Estadual de Goiás (UEG) informou que os diretores dos 41 campus da instituição têm autonomia para decidir se suspendem às aulas ou não. Tudo depende da demanda de alunos que vem de cidades vizinhas até a unidade de ensino.
A Universidade Federal de Goiás (UFG) ressaltou que atividades consideradas como essenciais permanecem em funcionamento nesta segunda, mas recomendou que os professores façam flexibilização no registro de frequência das aulas e que não passem atividades avaliativas aos estudantes. Decisão esta que também tomada pela Faculdade Sul-Americana (Fasam).
As atividades seguem normais na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás), Uni- Anhanguera e, segundo o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia (SEPE), nenhuma escola particular notificou suspensão das atividades escolares.