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Álbum ‘Music’ de Madonna completa 20 anos de lançamento

Unindo a 'burguesia e o rebelde', artista misturou ritmos como o country e electro-music em disco que é a cara dos anos 2000 mas nunca soa datado

Capa do single 'Don't Tell Me', um dos destaques do disco (Foto: Divulgação)

Era o ano de 2000, uma nova década, um novo milênio. Após Ray Of Light, um dos discos mais aclamados da carreira, Madonna também precisava ser uma “nova” artista – mas quanto a isso ela já estava acostumada. Assim nasceu o álbum Music, o oitavo e um dos mais divertidos e descompromissados da rainha do pop.

Completando duas décadas em uma época em que grande parte dos artistas pop estão aderindo a uma onda de retrospecto  – Dua Lipa, The Weekend, Kylie Minogue e Jessie Ware, para citar alguns – Music pode não ser atemporal como Confessions On a Dance Floor, de 2005, mas consegue não soar datado, mesmo com arranjos característicos daquela fase de Madonna.

Naquela época, a cantora precisava competir em um terreno tomado pela febre juvenil iniciada pelas Spice Girls e promovida por Britney Spears, Christina Aguilera e Destiny’s Child. Contudo, Madonna (diferente do que fez em Hard Candy e MDNA), não deu uma de “Maria vai com as outras”, e investiu no som que queria fazer, mesmo correndo o risco de não dar certo. Mas ela acertou.

Misturando o pop costumeiro com country, folk, house e música eletrônica, Madonna deu início ao novo milênio querendo apenas se divertir, sem pretensões de chocar ou causar polêmicas. Depois de se reinventar como uma mística espiritual da dance music em Ray Of Light, a artista adiantou em Music – um título conciso que falaria por si – o que viria ser a música depois dali.

Music estreou no topo da Billboard 200 dos EUA. Em apenas dez dias o disco já havia vendido mais de quatro milhões de unidades em todo o mundo. Hoje, já ultrapassou 15 milhões. Com uma nota 80 no Metacritic, em 2003 o trabalho foi listado na posição 452 na lista dos Melhores Álbuns de Todos os Tempos da Rolling Stone.

O trabalho rendeu para Madonna um total de cinco indicações aos Grammy. Em 2001, venceu o prêmio de Melhor Encarte e foi nomeado para Melhor Álbum Vocal Pop. A faixa homônima foi indicada aos troféus de Gravação do Ano e Melhor Performance Feminina Pop. No ano seguinte, o vídeo musical de Don’t Tell Me foi indicado para Melhor Vídeo Musical.

Álbum 'Music' de Madonna completa 20 anos de lançamento
(Foto: Reprodução)

É curioso o fato de que, naquela época, a popstar já sofria com vazamentos. Uma versão inacabada do álbum vazou no Napster, primeiro programa de compartilhamento de arquivos online. Uma notícia da NME de agosto de 2000, diz que um fã baixou todas as dez faixas “em uma tarde”.

Music foi, até então, a última canção de Madonna a atingir o topo da Billboard Hot 100. Na letra, a artista canta que a música é capaz de unir a burguesia e os rebeldes. Quando gravou o clipe da faixa, Madonna estava no quinto mês de gestação do filho Rocco.

No vídeo, ela mistura a estética disco dos anos 70, chapéu de vaqueiro e casaco de pele, o pop com hip-hop. Sua limusine é dirigida por Sacha Baron Cohen, em uma das primeiras aparições do humorista, hoje consagrado.

Um dia antes do casamento com o ex-marido Guy Ritchie, Madonna lançou como segundo single uma queridinha dos fãs, Don’t Tell Me. A canção é irresistível e cativante, e poderia muito bem ter tocado em Laços de Família, novela sucesso de audiência daquele ano, que possuía um “núcleo country” e músicas como Man! (I Feel Like a Woman) de Shania Twain na trilha sonora.

No single What It Feels Like for a Girl, Madonna experimentou a única polêmica da era. No clipe, dirigido por Guy Ritchie – e banido pela MTV e VH1 – ela e uma velhinha roubam automóveis e cometem assaltos antes de baterem o carro roubado em um poste. A versão do vídeo é um remix de Above & Beyond, diferente da versão melódica e introspectiva do disco.

Pelo menos um dos pontos altos da música foi mantido nas duas versões: os versos de abertura na voz de Charlotte Gainsbourg, atriz de Anticristo e Ninfomaníaca.

Music pode não ser constantemente listado como uma das obras-primas de Madonna, mas está longe de figurar nas listas dos trabalhos mais fracos da cantora. É um álbum quase solar, com um clima de diversão que antecedeu as guerras que viriam três anos depois com American Life.

Recentemente a popstar revelou detalhes sobre uma cinebiografia que está por vir: Diablo Cody está contribuindo no roteiro, que abordará os primeiros anos de Madonna em Manhattan (EUA), para onde ela se mudou em 1978 para seguir a carreira de dançarina.

Em agosto Madonna completou 62 anos de idade. Comemorou o aniversário com a família, amigos, o namorado e muita maconha. Também no mesmo mês trocou de gravadora: retornou à Warner após uma década de contrato com a Universal Music.

Pelo visto, são tempos de renovação para a artista. Notícias de um novo álbum? Ainda nenhuma. Mas com a onda disco de volta nesses tempos de pandemia, e com a participação da cantora no remix de Levitating de Dua Lipa, o desejo é que Madonna volte para as pistas o mais rápido possível.

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