Racismo

Atriz Taís Araújo é alvo de comentários racistas em rede social

Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática abriu inquérito. Atriz foi alvo de ofensas no Facebook e desabafou: 'Não vou me intimidar'.


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A atriz Taís Araújo foi alvo, durante a madrugada deste domingo (1º), de comentários racistas em seu perfil oficial no Facebook. Uma foto publicada por ela, no início deste mês, recebeu dezenas de postagens preconceituosos de diferentes perfis na rede.

Pela manhã, Taís Araújo publicou um desabafo na rede social e acabou se tornando um dos assuntos mais comentados do Brasil no Twitter. Fãs criaram, ainda, a campanha #SomosTodosTaísAraújo.

Ronaldo Oliveira, diretor do DPGE (Departamento Geral de Polícia Especializada), determinou que a DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática) abra um inquérito para apurar o crime de racismo. Segundo a Polícia Civil, a atriz deve ser ouvida e os autores que forem identificados serão intimados para depor.

O crime de injúria está previsto no artigo 140 do Código Penal e consiste em ofender a dignidade ou o decoro de alguém “na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.

A pena pode chegar a três anos de reclusão. Se o promotor entender que houve racismo, os acusados podem responder pelos crimes previstos na Lei 7.716, de 1989. Há várias penas possíveis para racismo, entre elas prisão e multa. O crime de racismo não prescreve e também não tem direito à fiança.

Leia o desabafo da atriz Taís Araújo:

“É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar: na última noite, recebi uma série de ataques racistas na minha página. Absolutamente tudo está registrado e será enviado à polícia federal. E eu não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena nesse país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça. Sigo o que sei fazer de melhor: trabalhar. Se a minha imagem ou a imagem da minha família te incomoda, o problema é exclusivamente seu!

Por ironia do destino ou não, isso ocorreu no momento em que eu estava no palco do Teatro Faap com O Topo da Montanha, um texto sobre ninguém menos que Martin Luther King e que fala justamente sobre afeto, tolerância e igualdade. Aproveito pra convidar você, pequeno covarde, a ver e ouvir o que temos a dizer. Acho que você está mesmo precisando ouvir algumas coisinhas sobre amor.

Agradeço aos milhares que vieram dar apoio, denunciaram comigo esses perfis e mostraram ao mundo que qualquer forma de preconceito é cafona e criminosa. E quero que esse episódio sirva de exemplo: sempre que você encontrar qualquer forma de discriminação, denuncie. Não se cale, mostre que você não tem vergonha de ser o que é e continue incomodando os covardes. Só assim vamos construir um Brasil mais civilizado.

A minha única resposta pra isso é o amor!”