Atriz Tônia Carrero morre aos 95 anos
A morte foi confirmada pela clínica São Vicente, no bairro da Gávea, onde a atriz havia sido internada na última sexta-feira.
A atriz Tônia Carrero, considerada um dos ícones da televisão brasileira, morreu na noite do sábado (3) no Rio de Janeiro aos 95 anos. Por volta das 22h15, a atriz sofreu uma parada cardíaca durante uma cirurgia. A morte foi confirmada pela clínica São Vicente, no bairro da Gávea, onde a atriz havia sido internada na última sexta-feira.
Nascida em 23 de agosto de 1922, Maria Antonieta de Farias Portocarrero era graduada em Educação Física, mas fez carreira no mundo artístico. Em 1980, ganhou o Troféu APCA como melhor atriz de televisão pela atuação na novela Água Viva.
Ao todo, foram 54 peças, 19 filmes e 15 novelas. A última participação de Tônia na TV foi na novela Senhora do Destino (Globo), em 2004.
Mãe do ator Cecil Thiré e avó dos também atores Miguel, Luísa e Carlos Thiré, Tônia apresentava saúde frágil nos últimos anos. Sofria de hidrocefalia aguda, o que levou a atriz a viver reclusa em um apartamento na zona sul do Rio.
Em 2015, circularam boatos na internet sobre sua morte, levando a família da atriz a se pronunciar publicamente sobre seu estado de saúde.
Em entrevista à Globo News, a neta Luísa informou que o velório deve ocorrer neste domingo, em local ainda a ser definido e que o corpo da atriz será cremado na segunda-feira (5).
Cronologia de Tônia Carrero
23.ago.1922 – Na zona norte do Rio de Janeiro, nasce Maria Antonieta de Farias Portocarrero, que mais tarde se tornaria conhecida como Tônia Carrero.
1938 – Começa a estudar educação física.
1940 – Casa-se com o artista plástico Carlos Arthur Thiré, pai de seu único filho, o ator e diretor Cecil Thiré, nascido em 1943. Cecil daria a Tônia três netos. Hoje, a atriz é bisavó.
1947 – Estreia no cinema encenando um papel secundário em “Querida Suzana”, filme dirigido por Alberto Pieralisi e que tinha Anselmo Duarte no elenco. No mesmo ano, viaja para Paris e estuda teatro com Jean Louis Barrault.
1949 – Estreia no teatro atuando ao lado de Paulo Autran na peça “Um Deus Dormiu Lá em Casa”, encenada no teatro Copacabana pela companhia de Fernando de Barros. Pela atuação, recebe o prêmio de atriz revelação pela Associação de Críticos Cariocas.
1951 – Separa-se de Carlos Arthur Thiré e se casa com o diretor italiano Adolfo Celi. Contratada pela Companhia Cinematográfica Vera Cruz, muda-se para São Paulo e participa do filme “Tico-tico no Fubá”, lançado no ano seguinte.
1953 – Estreia no TBC (Teatro Brasileiro de Comédia).
1954 – Atua pela última vez para a Vera Cruz em “É Proibido Beijar”, comédia dirigida por Ugo Lombardi.
1955 – Deixa o TBC para formar, com Paulo Autran e Adolfo Celi, a companhia de Teatro Celi-Tônia-Autran (CTCA), no Rio de Janeiro.
1956 – A CTCA estreia encenando “Otelo”, de William Shakespeare. Neste ano, Tônia recebe algumas premiações por sua atuação em “Entre Quatro Paredes”, de Jean-Paul Sartre.
1960 – Recebe o Prêmio Governador do Estado de São Paulo de melhor atriz por sua atuação na peça “Seis Personagens à Procura de Um Autor”, de Luigi Pirandello, encenada no ano anterior.
1962 – Acaba o casamento com Adolfo Celi.
1964 – Casa-se com o engenheiro e empresário César Thedim
1965 – Monta sua própria companhia de teatro, a Companhia Tônia Carrero
1968 – Pela atuação em “Navalha na Carne”, de Plínio Marcos, recebe o Prêmio Molière de melhor atriz.
1969 – Atua ao lado de seu filho, Cecil, na peça “Falando de Rosas”, de Frank D. Gilroy.
1970 – Estreia em telenovelas atuando em “Pigmalião 70”, de Vicente Sesso, novela das 19h exibida pela TV Globo.
1971 – Recebe o Prêmio Estadual de Teatro de melhor atriz por sua atuação na peça “Casa de Bonecas”, dirigida por Cecil Thiré.
1977 – Separa-se de César Thedim.
1980 – Participa do elenco da novela “Água Viva” (Globo), de Gilberto Braga. No mesmo ano, lança o livro “Como Manter a Forma”, com prefácio de Rubem Braga.
1986 – Escreve o livro “O Monstro de Olhos Azuis”, contando histórias de sua infância. Em outubro, é vítima de um sequestro relâmpago, do qual escapa ilesa.
1987 – Ainda na TV Globo, participa do elenco da novela das 19h “Sassaricando”, de Silvio de Abreu
1989 – Encena pela primeira vez um monólogo, intitulado “Essa Valsa É Minha”. Participa da novela “Kananga do Japão” (TV Manchete), de Wilson Aguiar Filho.
1995 – Participa da novela de Vicente Sesso “Sangue do Meu Sangue” (SBT).
1996 – Como cantora, grava a faixa “Carioca Boêmio” do álbum “Quem Somos Nós”, de Heitor Prazeres Filho.
2000 – Protagoniza o monólogo e recital “Amigos para Sempre”, de sua autoria.
2002 – Atua em “A Visita da Velha Senhora”, de Friedrich Dürrenmatt. A peça é produzida pela própria Tônia.
2004 – Atua pela última vez com Paulo Autran na minissérie televisiva “Um Só Coração”, da TV Globo, como coadjuvantes.
2005 – Encena o espetáculo “Chega de História”, com texto e direção de Fauzi Arap.
2006 – Atua em “Chega de Saudade”, filme de Lais Bodanzky que teve pré-estreia em 2007 no Festival de Brasília e foi lançado em 2008.
2007 – Faz sua última aparição no teatro em “Um Barco para o Sonho”, peça dirigida por seu neto, Carlos Thiré, e baseada no texto do autor russo Alexei Arbuzov.
2008 – É homenageada durante a festa do Prêmio Shell por seus mais de 50 anos de carreira.
2009 – Tem sua biografia lançada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, dentro da Coleção Aplauso. O livro, intitulado “Tônia Carrero – Movida pela Paixão”, foi escrito por Tânia Carvalho.