Autor goiano lança coleção ‘Afroletramento’ para valorização da cultura afro
O escritor Edergênio Negreiros Vieira, de Anápolis, lançou a coleção Afroletramento, destinada a alunos dos…
O escritor Edergênio Negreiros Vieira, de Anápolis, lançou a coleção Afroletramento, destinada a alunos dos anos iniciais do ensino fundamental e a professores que lecionam neste nível de ensino. A data de lançamento foi cirurgicamente escolhida: 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.
A coleção é composta por cinco livros: ‘O Menino que Escrevia na Parede’, ‘Abidemia: a Força da Superação’, ‘Tem Gente de Todo Jeito’, ‘Africalidades’ e ‘Na Horta da Vovó Lina’. Eles têm como tema focal a inclusão e demandas por maior conhecimento e valorização da cultura afro, reforçando a importância de lecionar sobre a temática que tem ligação direta com a formação da população brasileira, composta sobretudo pela mistura dos povos indígenas, africanos e europeus.
Segundo o escritor, a ideia para a criação dos livros surgiu desde a infância, quando ele lia livros e não se sentia representado. Além disso, Edergênio relata que, mesmo em clássicos de um escritor negro, como Machado de Assis, a presença de personagens negras está muito relacionada ao contexto histórico-social do período.
“Isto obviamente que me inquietava e fazia com que eu tivesse questionamentos. Por que as pessoas negras eram retratadas daquela forma? Foi a partir da leitura e da visão de como as pessoas negras eram “literarizadas”, conceito que estou desenvolvendo, que eu tive a inspiração para escrever esses livros”, disse ao Mais Goiás.
Autor goiano lança coleção ‘Afroletramento’ e fala sobre contribuição para o fim do racismo
O autor dos livros diz que espera que a colega contribua no processo para o fim do racismo. “Eu quero, na verdade, escrever sobre meu povo, diferente da forma que já foi escrito. Fui uma criança negra no Brasil, que a escola não soube acolher. Aprendi da pior forma possível o que é o racismo”, afirmou.
“Espero que essa coleção seja acolhida pelas crianças negras e indígenas como um cafuné gostoso e que as crianças brancas possam ler os livros sabendo e aprendendo sobre diversidade […] Racismo não. Viva a Literatura Brasileira”, completou.
Lei do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana
A editora goiana Inteligência Educacional, responsável pelo lançamento do livro, segue a Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas do Brasil. Para ela, com o projeto, “as escolas terão um material para colaborar na busca por soluções dos problemas que ainda persistem na sociedade, tais como: desigualdade, preconceito e racismo”.