Autor lança livro sequência de ‘Bird box’, que também vai virar filme
Bird box, de 2018, é um dos grandes hits da Netflix, e já visto por mais de 100 milhões de usuários da plataforma
Uma crise inesperada obriga pessoas do mundo todo a cobrir seus rostos. Não, esta não é mais uma reportagem sobre a pandemia de Covid-19, por mais que seja impossível fechar os olhos diante dos paralelos entre a vida real e o universo do livro “Malorie”, de Josh Malerman, continuação de Bird Box.
O romance dá sequência a “Caixa de pássaros” (2014), que vendeu 220 mil cópias no Brasil (ambos foram publicados aqui pela Intrínseca). O best-seller inspirou ainda o filme “Bird box” (2018), um dos grandes hits da Netflix, já visto por 100 milhões de usuários. A nova aventura também vai ganhar sua adaptação audiovisual.
Na trama, Malorie (interpretada por Sandra Bullock no filme) tenta sobreviver num planeta abalado por monstros misteriosos, cuja presença leva as pessoas ao suicídio. Só há uma saída para ela e as duas crianças que tenta proteger: tapar os olhos. “Malorie” se passa 12 anos após o desfecho da história original (que dura cinco anos). Sem haver ainda uma solução contra as tais criaturas, resta aos sobreviventes continuar cobrindo o rosto.
— A maior semelhança entre minha ficção e a realidade que vivemos é o uso da máscara, né? Aliás, eu diria que a Malorie seria 100% pró-máscara durante a pandemia — brinca o autor de Bird Box, que passa a quarentena em sua casa, no Michigan (EUA). — Hesito, porém, em fazer comparações sem acrescentar o fato de que os livros trazem um “susto bom” e a atual pandemia global é um “susto ruim”. Espero que o maior número possível de pessoas permaneça saudável. Eu, assim como Malorie, estou mantendo minha máscara.
O otimismo de Malerman, que ele faz questão de reforçar ao falar sobre a Covid-19, não fica de fora de suas obras, por mais desalentadoras que sejam — o americano de 45 anos também assina os thrillers “Piano vermelho” (2017), “Uma casa no fundo de um lago” (2018) e “Inspeção” (2019).
Tanto que o autor de Bird Box não enxerga seus enredos como “pós-apocalípticos”. Por um motivo simples: para Malerman, o apocalipse implica um fim do mundo, e ele prefere trabalhar com a ideia de que um dia as coisas possam melhorar, tanto na ficção quanto na realidade.
— Quem pode afirmar que os monstros não irão embora de forma repentina, assim como chegaram? “Caixa de pássaros” começa com Malorie se preparando para fugir de criaturas desconhecidas e, 17 anos depois, ela ainda vive de olhos vendados. Mas acredito que há um fim para tal cenário, assim como deve haver um para esta pandemia.
Enquanto os monstros não se vão, a jornada de sua protagonista segue em frente. Em “Malorie”, continuação de Bird Box, surge a notícia de que, em lugares não tão distantes, alguns afirmam ter capturado as criaturas e feito experimentos. Já a heroína precisa reestruturar suas estratégias de sobrevivência diante de novas e perigosas ameaças — já deu para perceber que estamos evitando spoilers a todo custo, certo?
O gatilho para que Josh Malerman escrevesse a sequência de “Caixa de pássaros” foi disparado pela poderosa performance de Sandra Bullock no filme.
— Vi Sandra como Malorie na tela e fiquei apaixonado. No final do longa, virei-me para minha noiva Allison e disse: “Agora, o que acontece?” Ela revirou os olhos, é claro, e disse que dependia apenas de mim — relembra o autor, que quando não escreve é vocalista da banda de rock The High Strung.— Depois de toda repercussão do filme, bati o martelo sobre a sequência do livro, e com o foco em Malorie. Escrever sobre ela novamente foi como voltar à casa de uma grande amiga.
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