Crítica: ‘Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge’ (2012) – Especial Batman 85 anos

O diretor Christopher Nolan foi bem enfático em diversas entrevistas na época do lançamento de “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge” de que este seria o filme final de sua pensada trilogia. E, de fato, o longa encerra o ciclo iniciado com “Batman Begins” em 2005 e coloca o herói como o símbolo de combate ao crime que o próprio Bruce Wayne almejava, afinal, a ideia de Nolan ao longo dos três filmes foi construir Batman não como Bruce Wayne, mas como um ser, um manto, um símbolo que pode vir a ser encarnado por outras pessoas futuramente e perdurar para sempre.

“O Cavaleiro das Trevas Ressurge” possui problemas, principalmente em seu ato final com as resoluções fáceis de seu enredo. Nolan abraça um aspecto mais ‘quadrinhos’ e infantil de filmes de heróis, até utiliza a clássica ‘contagem regressiva da bomba’ como clímax em um desfecho que poderia ser melhor trabalhado (e aquela cena de morte com Marion Cotillard no final é difícil de perdoar).

No entanto, particularmente, eu amo “O Cavaleiro das Trevas Ressurge”! Apesar dos seus problemas, é uma obra que encerra com ímpeto uma história que nos surpreendeu lá atrás, e nos levou em uma jornada de intrigas pessoais e discussões humanas sobre o papel da política e do indivíduo em sociedade – tudo isso intrínseco em um mundo de fantasia, afinal, continua sendo um filme de super-herói.

Mas Nolan consegue nos fazer se importar com cada personagem. Bane (Tom Hardy) é a nova força destruidora que surge em Gotham e muda completamente a normalidade. Já Selina Kyle (Anne Hathaway), a.k.a Mulher-Gato, é uma peça do jogo, não necessariamente fundamental para o desenrolar da trama, mas é uma peça presente que trabalha em favor de seus próprios interesses e servirá de força de apoio para Wayne. Mas uma das grandes surpresas para mim é Michael Caine como Alfred. O ator já era uma das melhores coisas nos longas anteriores, mas aqui, o personagem ganha momentos dramáticos emocionantes que consolidam seu afeto, preocupação e amor paternal por Bruce Wayne.

“Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge” pode não ser o melhor da trilogia (aliás, é o mais fraco dos três), mas não deixa de ser um filme ótimo de assistir. Não é perfeito, mas tem cenas empolgantes de ação e possui um desfecho respeitoso à este mundo mais realista criado por Nolan – e que combina com o personagem. Vale a pena!

The Dark Knight Rises/EUA – 2012

Dirigido por: Christopher Nolan

Com Christian Bale, Tom Hardy, Anne Hathaway, Michael Caine, Morgan Freeman, Gary Oldman, Joseph Gordon-Levitt…

Sinopse: Oito anos após a morte de Harvey Dent, a cidade de Gotham City está pacificada e não precisa mais do Batman. A situação faz com que Bruce Wayne (Christian Bale) se torne um homem recluso em sua mansão, convivendo apenas com o mordomo Alfred (Michael Caine). Um dia, em meio a uma festa realizada na Mansão Wayne, uma das garçonetes contratadas rouba um colar de grande valor sentimental. Trata-se de Selina Kyle (Anne Hathaway), uma esperta e habilidosa ladra que, apesar de flagrada por Bruce, consegue fugir. Curioso em descobrir quem é ela, Bruce retorna à caverna para usar os computadores que tanto lhe serviram quando vestia o manto do Homem-Morcego. Aos poucos começa a perceber indícios do surgimento de uma nova ameaça a Gotham City, personificada no brutamontes Bane (Tom Hardy). É o suficiente para que volte a ser o Batman, apesar dos problemas físicos decorrentes de suas atividades como super-herói ao longo dos anos.