Blond Ambition: Turnê de Madonna completa 30 anos; relembre as polêmicas
Masturbação no palco, boicote do Papa e ameaça de prisão. Madonna fez história em uma das turnês mais marcantes da música pop
No dia 13 de abril de 1990, após o sucesso do álbum Like a Prayer, Madonna dava início àquela que seria a mais polêmica turnê da carreira. Mesclando religião e sexualidade, temas que acompanham os trabalhos da artista até hoje, a Blond Ambition Tour arrecadou mais de 62 milhões de dólares e consolidou Madonna como uma força absoluta na música.
Começando pelas polêmicas. Em um dos momentos mais lembrados da apresentação, a cantora simulava masturbação em cima de uma cama ao som de Like a Virgin. Em Papa Don’t Preach, ela se vestia como um padre e cantava sobre aborto usando um crucifixo no pescoço.
Como não poderia deixar de acontecer, tudo isso despertou a ira da Igreja Católica.
Um dos shows na Itália foi cancelado após o boicote organizado pelo próprio Papa João Paulo II. À época, o religioso disse que o show de Madonna era “uma das apresentações mais satânicas da história”.
No Canadá, a polícia tentou obrigar a produção do espetáculo a cancelar a apresentação de Like a Virgin. No país, inclusive, a artista foi ameaçada de prisão.
Esses momentos podem ser vistos no documentário Na Cama com Madonna, que mostra os bastidores da turnê. Vale lembrar que, durante mais de uma década, a produção deteve o recorde de documentário com a maior bilheteria do cinema.
Mas a turnê não rendeu apenas polêmicas “negativas”. Toda a arrecadação das apresentações em Nova York foi doada à AMFAR (Fundação de combate a AIDS).
Na época, início da década de 1990, quando ainda era tabu falar sobre o tema, Madonna colocou no encarte do disco Like a Prayer instruções de prevenção ao HIV. Nos shows, a cantora espalhava mensagens sobre a prática de sexo seguro, em um momento em que o tema era temido e incompreendido por grande parte da população.
Em “Cherish” Madonna subvertia o conceito de masculinidade e colocava 03 bichas no palco com rabos de sereia, enquanto ela cantava canção que falava sobre afeto. Ela até simulava penetração com um deles. Olha que fofo. pic.twitter.com/R7X8HUV5r4
— Maurício Carvalho (@Maucarvalho) March 30, 2020
Na Blond Ambition Tour, a rainha do pop criou um conceito utilizado até hoje nos shows que faz: a divisão por atos. Auxiliados pela escolha da setlist, cenografia e vestuário, juntos os blocos contam uma história. É como se a apresentação fosse um filme.
Desde então, vários artistas como U2, Pet Shop Boys e Kylie Minogue adotaram o modelo de performance em turnês.
Sutiã de cone
O figurino da Blond Ambition Tour é um show a parte. O icônico sutiã em formato de cone, uma das marcas registradas de Madonna nesses quase 40 anos de carreira, e todos os outros looks, foram criados por Jean Paul Gaultier.
Durante uma entrevista ao The New York Times em 2001, o estilista afirmou ter desenhado cerca de 1.500 esboços para a turnê e disse que Madonna gostava das roupas que fazia “porque combinavam o masculino e o feminino”.
“Sempre a admirei. Gostava que, quando ela ainda não era tão famosa, já era uma artista original, colocava o sutiã visível, transparências, crucifixos como jóias”, acrescentou.
Segundo ele, Madonna era muito clara no que queria, “esse sim”, “esse não quero”, “esse eu quero desse jeito”, e ia aprovando ou descartando até chegar aos escolhidos. E assim surgiram os famosos corselets cônicos ou os “sutians de Madonna” pic.twitter.com/QJBvMFQCcK
— Maurício Carvalho (@Maucarvalho) March 30, 2020
Tire as crianças da sala e assista ao show completo da Blond Ambition:
https://www.emaisgoias.com.br/jesus-seria-a-favor-da-legalizacao-do-aborto-diz-madonna/
*Com informações do UOL e Madonna Online