CULTURA

Bolsonaro compartilha vídeo de Mário Frias e levanta dúvidas sobre Regina Duarte

Nome do ator já havia sido apresentado ao presidente como possível substituto para a Secretaria de Cultura

Regina e Bolsonaro: gera espanto a ausência de declarações de pesar pelas mortes de ícones da cultura brasileira Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

Após supostamente encerrar uma instabilidade política com a secretária de Cultura Regina Duarte — depois da recondução momentânea, à sua revelia, de Dante Mantovani à Funarte, a própria atriz disse que achava que estava sendo dispensada pelo governo —, o presidente Jair Bolsonaro voltou a provocar especulações sobre o futuro do setor vinculado ao Ministério do Turismo.

Procurados, tanto a secretaria quanto o ministério não se manifestaram.

Na manhã desta terça-feira (19/5), Jair Bolsonaro compartilhou o trecho de uma entrevista concedida por Mário Frias à rede CNN Brasil no dia 6 de maio, quando o nome de Regina Duarte vinha sendo apontado como iminente queda no governo.

À época, aliás, os atores Humberto Martins e Mário Frias já haviam sido apresentados a Bolsonaro como possíveis substitutos para a secretária.

No vídeo publicado por Jair Bolsonaro em sua página no Facebook e no Twitter, Mário Frias tece elogios ao presidente e demonstra admiração por Regina Duarte — vale lembrar que Mário Frias foi um dos poucos artistas a comparecer na posse de Regina.

Quando perguntado se estaria sendo cotado para substituir a Secretaria de Cultura, Mário Frias dá uma risada e diz que receberia o convite com entusiasmo.

“Olha só, para ser bem direto para o Jair Bolsonaro: para o que ele precisar, estou aqui. Torço demais pela Regina Duarte. Ela é um ícone para mim, uma pessoa que mexeu no meu coração. Amo você, Regina! Sou seu fã” afirmou o Mario Frias.

“Mas pelo Brasil, estou aqui. Se for preciso, não vou correr disso. Respeito o Bolsonaro demais. Vejo o Brasil com chance de finalmente ser um país respeitado, digno, honesto, com uma democracia forte e consolidada”.

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Gestão de derrotas e saias-justas

Há pouco mais de dois meses à frente da Secretaria Especial da Cultura, Regina Duarte coleciona uma série de derrotas e saias-justas em sua gestão. A primeira veio já na cerimônia de posse, quando ela tentou arrancar do presidente uma confirmação de que teria autonomia para trabalhar.

Em resposta, acabou ouvindo do chefe que a tal “carta branca” prometida para montar sua equipe não seria bem do jeito que ela imaginava.

Logo na sequência, Regina Duarte já virou alvo de militantes bolsonaristas nas redes sociais, após demitir uma série de nomeados por Roberto Alvim, exonerado por plagiar um discurso do ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels.

Entre os afastados por Regina Duarte estavam integrantes da ala ideológica do governo e seguidores do escritor Olavo de Carvalho. Um deles era justamente o maestro Dante Mantovani, então presidente da Funarte.

Desde que afastou Mantovani e outros, Regina Duarte passou a sofrer sucessivos ataques públicos em redes sociais e começou a ser minada dentro do governo. A perseguição já havia levado ela a afirmar, em sua primeira entrevista como secretária Especial da Cultura, que tinha virado alvo de “uma facção” que queria ocupar seu lugar no governo.

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