Cacau Protásio sofre ataques racistas de bombeiros no RJ: “aquela gorda e preta”
Cacau Protásio utilizou as redes sociais para denunciar e desabafar sobre um caso de racismo.…
Cacau Protásio utilizou as redes sociais para denunciar e desabafar sobre um caso de racismo. Segundo contou, foi chamada de “preta”, “gorda” e mais ofensas por bombeiros do Rio de Janeiro em áudios que começaram a circular na web nesta terça-feira (26).
A atriz esteve no Quartel-Geral do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro para gravações do filme Juntos e Enrolados. As cenas rodadas, contou Cacau, são parte do sonho de um personagem. Portanto, ela e outros fazem números de dança trajando a farda dos bombeiros.
Isso teria irritado os profissionais dali. “Aquela gorda, botou uma farda e botou uns dançarinos ‘viados’ com roupa de bombeiro. Isso é um esculacho”, disse um deles nos áudios (ouça abaixo!).
Em quatro vídeos (assista abaixo) Cacau Protásio comentou a situação. “Racismo é crime”, lembrou ela. “Não entendi por que tanto ódio. Eu sou negra, sou gorda, sou brasileira, sou atriz. Não mereço ser agredida assim, como ninguém merece”, salientou.
[olho author=””]Os bombeiros são uma corporação que respeito, que amo. Sei que sou uma pessoa forte, mas ouvir tudo isso de um ser humano é horrível. Como uma pessoa que veste uma farda tão linda tem essa postura? Como você dizer que ele salva vidas tendo essa postura e falando tanta coisa horrorosa?[/olho]
Ouça abaixo os áudios falando sobre Cacau Protásio:
Todo o conteúdo foi publicado pelo colunista do UOL, Leo Dias.
“Olha a vergonha aí no pátio do Quartel-Central”, começa um dos áudios. “Essa mulher do Vai Que Cola, aquela gorda, botou uma farda e botou uns dançarinos ‘viados’ com roupa de bombeiro. Isso é um esculacho […] vai deixar uma p*****a dessa?”, continua.
Um outro áudio cita inclusive o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. “Ele se ajoelhando aos pés do Gabigol, é uma ‘comediagem’ só. De comédia para ‘viado’ é só um pulo”, diz outro bombeiro. “Mete aquela gorda, preta, filha da p**a numa farda de bombeiro, uma bucha de canhão daquela, um bando de bailarino ‘viado’ quebrando até o chão […] Vão pensar o que? Que aquilo é bombeiro”.
Um outro profissional diz que as gravações foram “vergonhosas”. “Detalhe, a gente estava cortando um porcelanato para colocar no chão, e teve que parar toda hora o serviço porque tava fazendo barulho”, afirma. “Foi um absurdo”.
A orientação, como pode-se ouvir em mais um dos áudios que vazaram, é de que os vídeos feitos pelos bombeiros não fossem mais repassados. “O comandante-geral não quer que fique reenviando essa gravação que foi feita”, ouve-se a voz de uma mulher falando.
Na tarde desta quarta (27), o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro emitiu uma nota sobre o assunto:
[olho author=””]O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) informa que não compactua com qualquer ato discriminatório. A corporação se solidariza com a atriz Cacau Protásio e já abriu procedimento interno para identificar o(s) militar(es) e apurar a conduta.
O CBMERJ reforça o seu compromisso com a população de Vida Alheia e Riquezas Salvar independente de cor, gênero, raça ou qualquer outra distinção. Os atos divulgados não representam a corporação centenária que, por anos seguidos, é considerada a instituição mais confiável do Brasil[/olho]