Cantor Gabeu lança videoclipe que chocou o pai Solimões; assista ao vídeo
Ícone do queernejo falou sobre inspirações, novidades e a nova música "Colo da Tropa", parceria com o funkeiro Dornelles
Nesta sexta-feira (15), o ícone do queernejo Gabeu lançou o clipe de seu mais recente single “Colo da Tropa”. A música, que segundo o próprio artista “mistura sertanejo, funk e música eletrônica“, é uma parceria com o funkeiro Dornelles, e promete causar. Na verdade, já causou. Recentemente viralizou nas redes sociais um vídeo no qual o pai de Gabeu, o cantor Solimões [da dupla com Rio Negro] reage ao clipe da canção.
No vídeo, Solimões aparece assistindo “Colo da Tropa” deitado em um sofá, com fones de ouvido. Em um determinado momento, o sertanejo arregala os olhos e depois os cobre com as mãos. Depois, a voz de “Na Sola da Bota” elogia: “Achou o caminho. Esse é meu filho”. Solimões também elogiou a produção da música, dizendo: “Tudo bem produzido. Que maravilha. Agora o povo vai dar a nota”.
Sertanejo e funk numa festa eletrônica
Em entrevista ao Mais Goiás, Gabeu disse que “Colo da Tropa” foi feita para a balada, e que traz a narrativa “de uma tensão sexual rolando numa festa”.
“Por ter uma batida de funk eu convidei o funkeiro carioca Dornelles, que compôs a parte dele. A gente usa as palavras chaves típicas, como cowboy, peão, fivela, botina, roça, mas acho que nosso grande trunfo está na estética que é inspirada na cena alternativa e urbana de São Paulo, com muito couro e látex, uma coisa meio fetichista“, falou o músico sobre as inspirações para a produção.
Segundo o artista, a ideia central do clipe é como se estivesse tocando sertanejo na Mamba Negra [festa techno tradicional de São Paulo]. “Eu acho que não é um projeto muito difícil de se entender, ele tem uma narrativa muito simples, mas com uma estética potente”, acrescenta Gabeu.
Para a gravação do clipe, o cantor revela que trabalhou com a produtora Sufe, e que teve pouco mais de um mês pra fazer a pré-produção do vídeo. “Tivemos uma diária de gravação de 12 horas que começou às 18h e terminou às 6h. Foi bem cansativo, mas o resultado ficou impecável. A cena das motos pelo centro de São Paulo de madrugada em uma noite congelante foi bem difícil de ser gravada”, relembra.
E tem ajudinha goiana viu! A Agência Lebre, localizada no Jardim Goiás, é idealizadora e cuidou de todas as estratégias de lançamento de “Colo da Tropa”. Carlos Ribeiro, CEO da agência, esteve presente nas gravações do clipe e se diz realizado com a parceria.
“Além de acompanhar todo o projeto, a Lebre produziu um documentário que aborda as estratégias digitais por trás de lançamentos musicais. A agência está muito feliz com os resultados já alcançados com “Colo da Tropa” e satisfeita com todo conteúdo que foi produzido com o Gabeu. Ele é um multi-artista que, além de dominar as áreas criativas do projeto, é bastante estratégico no marketing digital”, diz Carlos, que está na expectativa para que o projeto seja bem recebido pelo público.
“A intenção é também levar a mensagem de que é possível abordar e produzir um novo sertanejo“, acrescenta ele.
Assista ‘Colo da Tropa’:
Inspirações de Gabeu
Sendo filho de quem é, Gabeu cresceu cercado pela música sertaneja. Mesmo assim, segundo o cantor, desde o início da carreira ele pensa no gênero “de uma maneira pop”. “A minha escola é a música pop. Acredito que os estilos musicais estão cada vez mais mesclados. Se a gente for falar detalhadamente sobre a mistura que é “Colo da Tropa”, nós vamos perceber que além do sertanejo e funk, temos country e até house. É um pouco de tudo”, detalha.
O filho de Solimões diz que sua maior referência na música atual é o Orville Peck (cantor country/alternativo norte-americano que nunca tira a máscara). “É uma referência sonora e estética. Ele com certeza é um nome com quem eu gostaria de colaborar em algum momento da minha carreira”, diz Gabeu.
“Na música caipira de nomes que hoje já não estão mais conosco, sou fã de Cascatinha e Inhana, que me influenciam mais nesse lugar do caipira e do bucólico”, diz o músico, que cita ter feito recentemente seu primeiro show no SESC, um espetáculo de valorização da cultura caipira, no qual ele revisitou alguns clássicos ao som de viola e sanfona.
Para o futuro, Gabeu planeja explorar um som mais pop, mas sempre com o pézinho no sertanejo e no interior. “Pra mim é importante lembrar da nossa base. Foi o sertanejo que me possibilitou estar aqui fazendo música, mas também gosto de brincar com essas misturas musicais e estéticas. Acho que eu consigo criar coisas muito interessantes a partir disso”, conclui o artista.
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