Catch a fire: 40 anos sem Bob Marley
No dia 11 de maio de 1981, Bob Marley morria em um hospital de Miami.…
No dia 11 de maio de 1981, Bob Marley morria em um hospital de Miami. Depois de uma longa batalha contra o câncer, o corpo do músico jamaicano não resistiu e ele nos deixou. Naquele contexto, Bob era um artista de relevância de nicho. Hoje, seu legado é imenso. Na política, cultura, religião e música, em todos os cantos do mundo, é possível ver as digitais desse gigante. Um verdadeiro fenômeno pop.
Eu demorei a entender o poder de Bob. No início da adolescência, tive o primeiro contato com a obra do cara. Caiu em minhas mãos o vinil da coletânea Legend. Coloquei pra tocar e não me pegou. Achei lento, morgado, sem rumo. Eu estava errado, é claro. O momento de vida para ouvir aquele som não era o apropriado. Jovens gostam de velocidade, certo? Por isso que Nelson Rodrigues estava certo quando disse que o melhor que um jovem pode fazer é envelhecer. Mais preciso, impossível.
Quando eu tinha 18 anos, minha então namorada comprou o CD Babylon by Bus. Disco ao vivo lançado por Bob em 1978 que tem canções gravadas de shows realizados em Londres, Copenhague, Amsterdã e Paris. Foi quando a magia de Bob bateu forte em mim.
Eu já entendia mais de inglês e comecei a sacar as letras. Além disso, o jorro de energia daquele álbum me contagiou. Virei fã. Anos depois, passei um tempo com o cabelo ostentando dreadlocks. Pra você ver que quando gosto de uma coisa, levo a sério de verdade.
Bob morreu muito jovem. Tinha somente 36 anos e muita lenha, além de outras coisas, pra queimar. Hoje, é figura onipresente. Do vendedor ambulante de artesanato de Durepox da Rua do Lazer de Piri à patricinha paulistana que fez dread em salões caríssimos, do surfista maconheiro playboy catarinense ao jovem da periferia de São Luiz que entende a mensagem politizada. Todos se conectam de alguma forma a Bob Marley.
Avaliando o legado com 40 anos de distância, é fácil cravar que a obra ainda tem muito o que dizer. Por isso, coloque o Catch a Fire na vitrola hoje e sinta o reggae bater em sua mente. Você nunca mais será o mesmo.
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: reprodução