Crítica: Eu Me Importo | Netflix
Estrelado pela ótima Rosemund Pike, o filme é uma empolgante surpresa da Netflix
Marla Greyson (Rosemund Pike) é uma guardiã legal de idosos. Ela é responsável por cuidar dos bens, internação e de praticamente toda a vida da pessoa após a comprovação de invalidez. Mas Marla não é apenas uma mulher inteligente e sagaz, mas desonesta e fria. Ela utiliza sua posição para aplicar golpes em clientes da terceira idade, e juntamente com uma amiga de confiança, o responsável pelo asilo e a médica que assina os documentos de invalidez, tudo fica muito mais fácil para Marla prospectar futuros clientes que nem mesmo precisam estar doentes ou incapazes.
Mas seus planos serão prejudicados após ela aplicar o golpe em uma senhora rica (Dianne Wiest), que aparentemente sozinha no mundo, logo se descobre que possui um filho mafioso e extremamente milionário (Peter Dinklage). Só que Marla não se intimida fácil e está disposta a enfrentar quem for para manter sua fonte de riqueza.
Dirigido com vontade por J Blakeson (que fez anos atrás o horroroso “A 5ª Onda”), “Eu Me Importo” é uma surpresa empolgante de se ver na Netflix. Uma mescla sutil de suspense e humor que resulta em uma obra divertida, fervorosa e que nos injeta uma dose de ansiedade pela maneira astuta com que nos deixa ansiosos por querer saber como vai terminar a história.
Mas nem tudo é perfeito. Meu problema com “Eu Me Importo” é uma certa barriga presente durante a metade do longa que prejudica o ritmo e comprova o fato de que se fosse meia hora a menos, o filme seria bem mais dinâmico e direto no objetivo. Sem enrolações.
Mas a soma geral é uma obra poderosa cuja maior força está justamente em seu elenco – que é totalmente maravilhoso. Rosemund Pike já nos surpreendeu em “Garota Exemplar”, e aqui, mais uma vez, a atriz se entrega à uma personagem ardilosa e manipuladora. E Pike se diverte sem precedentes. Particularmente, a atriz conseguiu me fazer odiá-la e desejar sua morte com todas as forças. Tudo bem que ninguém no filme é flor que se cheire, mas como o erro teve início com Marla, sua personagem se tornou a vilã imediata para mim.
Mas não apenas Pike é um arraso. Dianne Wiest, como a senhora aparentemente indefesa e sozinha no mundo, se entrega como há anos não fazia. A atriz se deleita com seu papel e nos proporciona momentos singulares, como por exemplo: a cena em que está toda medicada, conversando com Marla, e afirma olhando fixamente em seus olhos que ela mexeu com a pessoa errada.
“Eu Me Importo” está disponível na Netflix e é um desses programas imperdíveis. Um filme que entende seu estilo e sabe conduzir sua narrativa com vontade e astúcia. Recomendado!
I Care A Lot/EUA – 2021
Dirigido por: J Blakeson
Com: Rosemund Pike, Peter Dinklage, Dianne Wiest
Sinopse: Uma guardiã legal de idosos (Rosamund Pike) e sua parceira (Eiza Gonzalez) aplicam golpes em clientes da terceira idade. As coisas dão muito errado para elas quando um alvo em potencial (Dianne Wiest) não é o que elas acreditavam ser.