Cinema

Crítica: Godzilla vs. Kong

Filme dirigido por Adam Wingard demora a entregar, se perde com personagens desnecessários, mas quando entrega... o resultado é extasiante

(Foto: Reprodução/Warner Bros.)

A Warner Bros. começou sutilmente com “Godzilla”, de 2014, e foi aos poucos criando o seu universo de monstros com Godzilla e King Kong como protagonistas. Cada um teve o seu próprio filme e agora temos o confronto épico entre os dois seres mais poderosos desse mundo. Dirigido por Adam Wingard, “Godzilla vs Kong” demora a entregar, se perde no começo, jogo muita coisa na salada mas quando entrega, meu amigo, a coisa é maravilhosa.

Em um filme chamado “Godzilla vs. Kong” o interesse maior é, obviamente, acompanhar os dois monstros e assistir o embate épico entre eles. Mas o longa comete o erro de perder tempo demais com personagens humanos desnecessários e desinteressantes. Claro que é importante existir uma figura humana para criar um fio condutor emocional com nós, o público, mas quando estes quebram o ritmo da ação ou são colocados em jornadas expositivas que só servem para explicar exaustivamente tudo que esta acontecendo, o resultado passa longe do suportável. Os personagens de Millie Bobby Brown, Julian Dennison e Brian Tyree Henry são completamente descartáveis e poderiam ser facilmente retirados da história. Particularmente, não vou assistir a um filme chamado “Godzilla vs. Kong” para ver a ‘menina de Stranger Things’.

O roteiro escrito por Eric Pearson e Max Borenstein apresenta muitas ideias bacanas. Apresenta até demais, diga-se. Por um lado, em um filme de menos de duas horas como aqui, tantas ideias e tantos personagens humanos colocados em cena gera muito conteúdo para pouco tempo. Temos inspiração de Julius Verne com “Viagem ao Centro da Terra”, ou a história do passado de Kong, ou o embate entre Kong e Godzilla, ou o Mechagodzilla, ou as corporações ambiciosas que desejam dominar os monstros ou o grupo de humanos chatos que embarcam numa jornada para desvendar os segredos das corporações. Muitas coisas na mesa, algumas boas, outras excelentes e outras péssimas. No geral, se o enredo focasse apenas em uma ou duas delas o resultado seria menos arrastado em certos momentos, e mais fluído e envolvente. Eu adoraria ver um filme apenas no centro da Terra com Kong, Godzilla e os demais monstros.

No entanto, como falei lá no início, quando “Godzilla vs. Kong” entrega o que viemos assistir, o resultado são sequências majestosas, grandiosas e visualmente belíssimas. A briga tão esperada entre Godzilla e Kong é puro delírio para os fãs do gênero de ‘filmes de monstros gigantes’ (como eu), e quando temos a reviravolta e ambos se unem para enfrentar uma ameaça maior, temos uma luta entre três seres que resulta, sem dúvida, no melhor momento do filme.

Godzilla vs, Kong/EUA – 2021

Dirigido por: Adam Wingard

Com: Rebeca Hall, Alexander Skarsgard, Millie Bobby Brown…

Sinopse: Em Godzilla vs Kong, duas poderosas forças da natureza vão se enfrentar em uma grande batalha. Enquanto a organização científica secreta Monarch caça, investiga e estuda a origem dos Titãs, uma conspiração tem a intenção de acabar com todas as criaturas, sejam elas ameaçadoras ou não. O mundo sobreviverá ao duelo de monstros? 

Godzilla vs. Kong (2021) - IMDb