Crítica: Radioactive | Netflix
Recentemente disponível no catálogo da Netflix, o filme “Radioactive” conta a história real de uma…
Recentemente disponível no catálogo da Netflix, o filme “Radioactive” conta a história real de uma das mulheres mais importantes da história moderna: Marie Curie. Cientista polonesa naturalizada na França, Curie é uma dessas personagens cuja vida realmente é digna de uma adaptação cinematográfica.
Ela lutou para estudar numa época onde as mulheres eram relegadas aos trabalhos domésticos; foi a primeira do sexo feminino a ganhar dois prêmios Nobel (e a única na história a ganhar por dois campos diferentes – um na física e outro na química); se tornou também a primeira mulher a lecionar na Universidade da Sorbonne e foi responsável por descobertas revolucionárias acerca das radiações, inclusive foi a responsável por descobrir dois novos elementos químicos: o rádio e o polônio. Na Primeira Guerra Mundial, Curie criou unidades móveis de radiografia para ajudar os médicos com os soldados feridos, e impedir que fossem amputados desnecessariamente.
Enfim, é uma história cheia de realizações e feitos que só agora, infelizmente, recebeu um filme próprio. E assim como todo ser humano, e principalmente gênios, Curie sofria de depressão, ansiedade e precisou se provar além para alcançar seus feitos, e impedir que uma sociedade patriarcal e machista lhe impedisse. Seu marido, Pierre Curie, também era cientista e foi importante pilar durante os anos de estudo e vida familiar do casal.
Inspirado no livro “Radioactive: Marie & Pierre Curie: A tale of love and fallout” (2010), da autora norte-americana Lauren Redniss, o filme é dirigido pela diretora franco-iraniana, Marjane Satrapi, e encontra na atriz Rosamund Pike a força motriz que torna o longa uma experiência poderosa e interessante. Há momentos em que o enredo romantiza demais a história e deixa de criar situações mais aprofundadas sobre a trajetória da cientista. Já por outro lado, a direção acerta ao construir uma narrativa que transmite com facilidade, e dinamismo, as explicações científicas.
Ao final, estamos absortos pela inteligência de Curie e sua indômita postura não apenas como profissional da ciência, mas também como mulher. Disponível na Netflix, é um filme que vale muito a pena.
Radioactive/REINO UNIDO – 2019
Dirigido por: Marjane Satrapi
Com: Rosamund Pike, Sam Riley, Ralph Berkin…
Sinopse: Devota da ciência, Marie (Rosamund Pike) sempre enfrentou dificuldades em conseguir apoio para suas experiências devido ao fato de ser uma mulher. Ao conhecer Pierre Curie (Sam Riley), ela logo se surpreende pelo fato dele conhecer seu trabalho, o que a deixa lisonjeada. Logo os dois estão trabalhando juntos e, posteriormente, iniciam um relacionamento que resultou em duas filhas. Juntos, Marie e Pierre descobrem dois novos elementos químicos, rádio e polônio, que dão início ao uso da radioatividade.