Crítica: Viver Duas Vezes | Netflix
Comédia espanhola é leve e simplória e vale muito mais pelo sempre ótimo Oscar Martinez
Emílio é um gênio da matemática, é professor conceituado de uma universidade renomada da Espanha e foi o descobridor de um número primo. Atualmente está aposentando, viúvo, mora sozinho e vive uma vida rotineira. Adora comer sempre no mesmo local, ficar em casa lendo, fazer o sudoku no jornal (o que chama de quadrado mágico), mas, certo dia, durante um exame de rotina, ele é diagnosticado com Alzheimer. A doença ainda está no primeiro estágio, mas Emilio não quer perder tempo e decide fazer uma viagem para reencontrar o grande amor da infância, chamada Margarita, antes que ele esqueça completamente de quem ela é.
Comédia espanhola dirigida por Maria Ripoll e estrelada pelo excelente veterano Oscar Martinez, o filme é pura leveza e um passatempo gostoso, sutilmente tocante e com uma história sobre aprender a valorizar nossos momentos e quem está ao nosso lado.
Minha ressalva fica unicamente para a última cena onde roteiro se entrega à tentação de entregar ao público o que ele tanto quer. Poderia ter finalizado antes quando a emoção já estava forte e Emilio descobre que a vida é inevitável, e as pessoas envelhecem – inclusive, antigos amores.
Fora isso, “Viver Duas Vezes” é singelo e divertido. Uma comédia dramática que fala sobre amar, respeitar e, principalmente, nunca esquecer de quem se ama. Aproveite cada momento e viva cada momento. Nunca sabemos o que a vida reserva para o amanhã.
Vivir dos veces/ESPANHA – 2019
Dirigido por: Maria Ripoll
Com: Oscar Martinez, Imma Cuesta, Antonio Valero…
Sinopse: Viver Duas Vezes se passa em uma cidade de Valência, leste da Espanha, acompanhando um professor acadêmico aposentado e viúvo há cinco anos, chamado Emílio. Tudo estava indo bem na sua rotina de comer no mesmo bar e resolver quadrados mágicos como forma de passatempo, até que um dia ele se confundiu a ruas na volta para casa. Em seu exame médico de rotina, ele é diagnosticado com o primeiro estágio da doença de Alzheimer e, ao sair do local, acaba encontrando com Julia, sua filha abandonada, que trabalha como comercial médica. Ao perceber a doença, Julia convida Emílio para um almoço em família nada funcional. A partir dessa conversa em família, Emílio decide aproveitar seus últimos momentos de memória para reencontrar seu amor do passado.