Cofundador do Lollapalooza prevê que shows com público não voltarão antes de 2022
Para Marc Geiger, existem 'provavelmente 20 obstáculos' que precisam ser superados para a música ao vivo retornar
“Em minha humilde opinião, só voltam em 2022”. Essa é a previsão de Marc Geiger, figura forte da indústria musical, quanto ao retorno dos shows ao vivo com público por conta da pandemia do novo coronavírus. Cofundador do Lollapalooza e ex-diretor musical na agência de talentos William Morris Entertainment, Geiger participou do “The Bob Lefsetz Podcast”.
“Vai levar esse tanto para o que eu chamo de economia germafóbica ser lentamente exterminada e substituída pela economia da claustrofobia, que será quando as pessoas vão querer sair para jantar, ter suas vidas normais, ir a festivais e a shows”, opinou, segundo transcrição do site “Consequence of Sound”.
“Vai demorar a voltar ao normal, porque eventos de super propagação, como esportivos, shows e festivais, não se sairão muito bem enquanto o vírus estiver assim tão presente”, seguiu Geiger.
Para o executivo, existem “provavelmente 20 obstáculos” que precisam ser superados até a música ao vivo conseguir voltar. “O vírus e a doença são um, espaçamento e densidade, outro. Um terceiro será os seguros e a responsabilidade”, explicou, apontando que casas de shows e promotores terão dificuldade para encontrar seguradoras dispostas a cobrir os eventos.
“Por isso, acredito que os próximos seis meses possam ser ainda mais dolorosos que os últimos seis, e talvez os seis seguintes depois destes sejam ainda mais”, concluiu.
Vale notar que o Lollapalooza Brasil 2020, inicialmente marcado para abril, ainda está — ao menos oficialmente — de pé. Ele foi adiado para os dias 4, 5 e 6 de dezembro, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
“Queríamos poder trazer o Lollapalooza ao Grant Park novamente este ano, mas entendemos que as coisas não podem seguir como planejado. A saúde e segurança de nossos fãs, artistas, parceiros, funcionários e comunidade é sempre nossa principal prioridade”, escreveu a produção em um comunicado.