HISTÓRIA

Conheça Masaichi Fukushi, um dos maiores colecionadores de peles tatuadas do mundo

Em seu ‘acervo’ chegou a ter 2.000 peles tatuadas

No Japão, décadas atrás, o médico patologista Dr. Masaichi Fukushi, nascido em 1878, desbravou um caminho peculiar ao se tornar um pioneiro no estudo das tatuagens no país. Inicialmente interessado em sinais na pele, ele mergulhou no universo das tatuagens em 1907, descobrindo sua afinidade com o estudo do movimento do pigmento.

Em 1920, ao aceitar um cargo no Mitsui Memorial Hospital, Tóquio, Fukushi teve contato com pessoas tatuadas nos moldes japoneses tradicionais. O hospital atendia as classes mais baixas, e após a morte de tatuados, ele realizava autópsias e preservava suas peles. Essa prática continuou quando ele se mudou para a Nippon Medical University, onde desenvolveu um método de tratamento e preservação das camadas dermais que tinham tatuagens.

Ao longo de sua vida, Dr. Fukushi catalogou mais de 2 mil desenhos e colecionou mais de 3 mil fotos, criando uma vasta documentação. No entanto, grande parte foi destruída durante os bombardeios de Tóquio em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, mas as peles tatuadas permaneceram intactas em local seguro.

Após a guerra, seu filho, Katsunari Fukushi, também médico e apreciador de tatuagens, assumiu a coleção, que agora está no Museu de Patologia da Universidade de Tóquio, com cerca de 105 exemplares. Vale ressaltar que essas “relíquias” não expostas ao público, essas peles tatuadas estão disponíveis apenas para médicos e pesquisadores.

Mas essa não é a única coleção de tatuagens do mundo, no Museu de Cirurgia de Edimburgo, por exemplo, é possível encontrar um acervo com tatuagens de marinheiros do século 19, e no Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses de Portugal, que possui setenta exemplares. A maior coleção de peles humanas tatuadas está na Wellcome Collection, no Museu da Ciência de Londres, com mais de 300 fragmentos de tatuagens individuais.